Se depender do tom do ex-prefeito Audifax Barcelos (Sem partido), é possível que em 2024 tenhamos mais um embate eleitoral entre ele e o atual prefeito Sérgio Vidigal (PDT). Em uma conversa com o Jornal Tempo Novo, Audifax demonstrou grande entusiasmo em concorrer à Prefeitura da Serra e afirmou ser um político de direita, elogiando as obras realizadas na cidade durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Audifax acredita que ter várias candidaturas “é benéfico para a Serra”. Ele também confirmou ter uma boa relação política com o deputado Vandinho Leite (PSDB) e incentivou os deputados Pablo Muribeca e Amaro Neto a se candidatarem. Acompanhe mais detalhes abaixo:
Você esteve filiado a partidos considerados de esquerda durante toda a vida pública. Porém, em 2022, no 2º turno da eleição, apoiou Carlos Manato, candidato ao Governo, que tinha como principal bandeira de campanha o bolsonarismo. Por isso, como o Audifax se autoclassifica na questão ideológica?
Essa questão de direita e esquerda se mostrou e se evidenciou nos últimos quatro anos. Antes, a questão não estava tão clara como está hoje. Nas eleições anteriores, nos últimos quatro anos, na Serra, essas questões nunca foram apresentadas à sociedade como estão sendo agora. Atualmente, está muito evidente nesse nível. Sempre pautei meu trabalho com foco em resultados e gestão, não na linha ideológica. Meu enfoque sempre foi no trabalho, nos resultados, no serviço, e menos na divisão entre direita e esquerda. Em relação ao próximo ano, independentemente de ser candidato ou não, minha filiação provavelmente não será no campo, hoje mais definido, da esquerda. Minha mudança já ocorreu no ano passado, no segundo turno, quando saí da Rede e apoiei a candidatura de Manato. Meu rito de passagem ocorreu naquele momento.
Então você deve se filiar a alguma partido de direita… pode ser o PL?
Sobre em qual desses partidos estou conversando, estou em negociação com quatro ou cinco, mas não vou revelar para não atrapalhar as negociações. Se observarem, apesar de hoje, infelizmente, vivemos mais de narrativas do que de testemunhos, se olharem minha vida, estou mais alinhado ao conservadorismo: família, igreja; isso sempre foi muito forte em minha vida. Não quero fazer julgamentos, mas hoje vejo muitas narrativas e pouca verdade. Minha filiação ocorrerá nesse campo, não na esquerda, principalmente porque na Serra a esquerda já está definida; há uma grande probabilidade de PT, PSB e PDT estarem juntos no próximo ano. A questão partidária será definida provavelmente no segundo semestre deste ano; tenho prazo até março do próximo ano, mas não pretendo esperar até lá, independentemente de me candidatar a prefeito.
E Vandinho, do PSDB? O meio político especula que vocês estariam dialogando muito bem visando 2024…
Já tive umas 3 ou 4 conversas; recebi o convite para me filiar ao PSDB, me senti feliz, a ideia é, independente da eleição do ano que vem, caminharmos juntos. É um político experiente, ficha limpa e uma liderança muito importante na cidade. Respeitado dentro e fora da Serra, liderança muito importante, que independente da candidatura de prefeito contribui muito com nossa política dentro e fora da Serra.
Em 2024, Audifax e Vidigal devem protagonizar mais um embate eleitoral?
Primeiro, essa candidatura nossa não está definida. Entendo pelo pouco de experiência na minha vida política, que as coisas têm que ser construídas. Dependem mais a construção, de ser ou não candidato, da vontade de Deus na minha vida, vontade da população, construção de um projeto coletivo, do que de decisão pessoal. Se perguntar se eu tenho disposição, energia e gás para voltar a ser prefeito da Serra, a resposta é sim. Mas entre esta disposição e ser [candidato] tem um caminho a ser percorrido.
Como você estima a tendência de nacionalização das eleições locais?
Ela vai ter, não sei o tamanho, como foi para governador. Mas que terá um peso, terá.
Como avalia o nome de Pablo Muribeca, que já se colocou como pré-candidato?
Eu entendo que é importante para a cidade ter muitas candidaturas; importante para a democracia, para o debate, valorização do processo e para o próximo prefeito ter maiores compromissos. É importante para a democracia e para a cidade da Serra.
E da possibilidade de candidaturas externas, como de Amaro Neto?
Aí eu não sei como vão fazer, em função de que a informação que eu tenho é de que Pablo e Amaro podem estar no mesmo partido. Sou da mesma tese, acho importante ter muitas candidaturas. É bom para a democracia. Não posso fazer esse julgamento, só conversei com ele uma ou duas vezes. Mas ele deve ter seus motivos e razoes para querer ser candidato a prefeito da Serra. Respeito isso; o fato de muitas candidaturas é bom, independentemente de ser ou não da Serra. Existem outros valores além deste.
Acredita que Vidigal pode não ser candidato?
Essa resposta cabe muito a ele, não tem como fazer uma leitura neste aspecto. A ordem natural é que seja candidato. Avalio, apesar de ele ter dado declarações públicas de que não será e ter anunciado quando ganhou a eleição de que não será, o comportamento é de quem é.
Como avalia Governo Lula?
Entendo que tem que ter muito equilíbrio nesta hora; está muito cedo para fazer qualquer julgamento, após 4 meses. Temos que esperar, ser justos. A população precisa de emprego, saúde, educação e segurança. Sempre trabalhei na linha de resultado para a população, não sou o político do quanto pior melhor.
Então dá para avaliar o Governo de Bolsonaro...
Em relação ao Bolsonaro, enquanto fui prefeito, a obra do Contorno do Mestre foi iniciada no meu governo e no dele; tenho que ser justo. A obra do hospital Materno Infantil foi terminada no meu governo e no governo dele, com ajuda dele.
Na condição de ex-prefeito, é possível se posicionar em termos de avaliação da atual administração da Serra?
Já está no terceiro ano de governo, dá pra fazer uma avaliação. Entendo que os resultados poderiam ser muito melhores em todas as áreas, principalmente na área da saúde, porque houve um compromisso pessoal de que iria melhorar a saúde, não fez. Sinto que a cidade perdeu o protagonismo em várias ações. Era a cidade que mais investia em obras, saúde, educação, mais transparente do Brasil, e perdeu o protagonismo. Vejo uma gestão que está cuidando muito bem, somente de praças; mas o atual gestor não reclama que está faltando dinheiro. A gestão está cheia de dinheiro. Recurso tem para melhorar a saúde, que está um caos, a educação, segurança, mas não faz. Tem várias ações que poderiam ser feitas. Várias coisas pararam, regularização fundiária e outros projetos. Lentidão da Rotatória do Ó; várias coisas. A questão central é que a cidade perdeu o protagonismo, claramente por falta de capacidade de gestão.