Duas semanas atrás, o Serra Podcast do Jornal Tempo Novo recebeu o prefeito da Serra, Sergio Vidigal (PDT). Durante a conversa, Vidigal criticou o que chamou de ‘política destrutiva de narrativas’, alegando que a realidade de sua gestão pública estaria sendo distorcida por informações e eventos isolados disseminados por adversários nas redes sociais. Com um certo ar ‘saudosista’, ele comparou isso à sua rivalidade com o ex-prefeito Audifax Barcelos.
Vidigal considerou positiva a alternância de gestões com Audifax para a Serra, citando a continuidade de programas e ações governamentais. Ele acredita que ambos lutavam “pelo melhor para a cidade” apesar das discordâncias políticas. Eleitoralmente, sua declaração parece visar a diminuição da percepção de desgaste entre os eleitores, considerando que ele e Audifax são os prefeitos mais longevos na história da Serra.
A declaração de Vidigal também sugere a possibilidade de um diálogo entre ele e Audifax diante de um hipotético adversário em comum. Entretanto, pelo visto Audifax não concordou em nada com essa visão. Ele solicitou espaço nesta coluna para responder ao seu adversário e ex-aliado.
Em nota ao Jornal Tempo Novo, Audifax rejeitou categoricamente a posição de Vidigal, afirmando que as “gestões são muito diferentes”. Audifax citou questões ligadas a “princípios”. Ele afirmou que durante sua administração, a Serra “foi considerada pela Controladoria Geral do Governo Federal como a prefeitura mais transparente do Brasil”. Entre as diferenças listadas pelo ex-prefeito, estaria a “prática licitar tudo”, o que segundo ele não estaria ocorrendo na atual gestão.
Na verdade, este é um aspecto que Audifax provavelmente explorará em seu discurso de campanha, especialmente considerando que ele já utilizou este argumento durante sua filiação ao PP no final do ano passado, que serviu quase como um lançamento informal de sua pré-candidatura. “Totalmente diferente do atual prefeito, que tem como prática não licitar e não aderir às atas de outros municípios”, segundo Audifax, isso estaria tornando as compras e obras “muito mais caras”, com suspeitas de irregularidades. Ele exemplificou citando a compra de materiais de educação, decorações de Natal e diversas obras.
O ex-prefeito continuou a criticar a gestão de Vidigal, alegando que, sob sua administração, a “cidade perdeu protagonismo para outras cidades da Grande Vitória no aspecto de investimento público e privado”. Este deve ser outro ponto de conflito entre as narrativas dos dois, já que Vidigal tem afirmado exatamente o contrário, baseando-se em números de empregos gerados, investimentos realizados em quatro anos e aumento do PIB.
Audifax também afirmou: “Está evidente que a atual administração priorizou a construção e reformas de praças, quase cem, em detrimento da saúde, que está em caos, faltando até remédios”. Ele reivindicou a autoria da construção do Hospital Materno Infantil e acusou Vidigal de “não ter contribuído com nenhum tijolo ou equipamento”. Fica claro que a saúde será um dos principais temas das eleições de 2024. Enquanto Vidigal destaca ações na área da saúde, como fez durante o podcast do Jornal Tempo Novo, os adversários afirmam o contrário.
Audifax finalizou a nota elencando realizações as quais atribuiu aos seus governos: “outra diferença da nossa gestão para a atual são os legados deixados por nós: Hospital Materno, UPA de Castelândia, 16 super creches, 02 escolas tempo integral, restauração de Queimado, Parque da Cidade, Parque de Bicanga, Arena Jacaraípe, Rotatória do Ó, Rotatória de Maringá, estrada Serra x Jacaraípe….”, completou.
As eleições de 2024 ocorrerão em 6 de outubro, até lá muitas decisões precisarão serem tomadas, entre as quais se Vidigal será realmente candidato – uma hipótese que os bastidores políticos locais dão como certo. Vidigal tende a postergar o anúncio oficial de sua candidatura pelo máximo de tempo possível, considerando que ele é o principal alvo por ser um adversário forte e por seu cargo estar em jogo.
A outra decisão é como as duas principais lideranças da Serra nos últimos 30 anos irão se comportar. Quanto a isso, um exemplo interessante do dinamismo da política serrana pode ser encontrado nas palavras do ex-prefeito Zé Maria Feu Rosa, que costumava dizer que na política da Serra, “até boi pode voar”. Se, por algum motivo, Audifax e Vidigal decidirem reatar sua aliança, usando das palavras figuradas de Feu Rosa, esse boi voaria até a lua.
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