Política

Audifax sobre união Rede/PSOL: “Minha candidatura ao Governo está consolidada, só Deus tira”

Foto: Lissa de Paula

Nos próximos dias, a Rede e o PSOL devem anunciar a decisão pela Federação partidária (associação de duas ou mais siglas para atuar de forma unitária por, no mínimo, quatro anos); de acordo com apontamentos da imprensa nacional, a tendência é que os partidos fechem o acordo, que, consequentemente, terá repercussões aqui no ES.

Localmente, Rede e PSOL têm matrizes políticas consideravelmente diferentes. A Rede orbita em torno do ex-prefeito da Serra, Audifax Barcelos, que é um político pragmático e geralmente busca ficar às margens do debate ideológico nacional.

É raro ver manifestação do ex-prefeito neste sentido e quando há, é posicionado dentro de uma narrativa centrista. Desde quando deixou a Prefeitura, Audifax expôs seu plano de ser candidato a governador e vem rodando o ES em pré-campanha.

Ideias de política muito diferentes da comungada pelo PSOL, que por natureza partidária é uma sigla absolutamente pautada pelo ideário de esquerda, em pautas nacionais especialmente de oposição estrutural ao bolsonarismo e demais vertentes de direita.

Em comum, só a origem: tanto Audifax quanto o PSOL começaram no PT, mas durante este trajeto, se distanciaram do modelo de fazer política, um bem mais pragmático e outro ideológico e militante. No ES, o PSOL tem como expoente a jovem vereadora de Vitória, Camila Valadão, que em 2020 foi a segunda mais votada na Capital com 5.626 votos.

Camila se identifica como feminista, antirracista, antifascista e ‘antiLGBTfóbico’. Pautas das quais carregam forte visibilidade e significado em meio à polarização nacional e tida como um provável candidata a deputada estadual competitiva.

Em vista desse cenário, a reportagem do Jornal Tempo Novo procurou o ex-prefeito da Serra, que garantiu que será candidato a governador e defendeu diálogo junto ao PSOL capixaba.

“Não atrapalha [Federação Rede/PSOL], sou candidato a governador, primeiro porque não estou atrelado a nenhum projeto ou nome nacional. Segundo, a Rede vai continuar firme e forte como partido. A Rede não acaba, sou prioridade para o partido. Em nível nacional, antes eram dois pré-candidatos ao Governo pela Rede, agora [apenas] eu. Entendo [a federação] como algo positivo porque teremos mais tempo de televisão. Já fui prefeito com Lula, Dilma, Michel Temer e Bolsonaro, mas minha prioridade é o ES, ou seja, vou focar no Estado. Com minha experiência como gestor vou fazer no Espírito Santo o que fiz na Serra”, disse Audifax.

Sobre a presença de Camila Valadão na chapa de deputado, Audifax acredita que não vá esvaziar a chapa.

“Se a federação concretizar, vamos conversar com ela, que pode ser tudo, federal, estadual, senadora. Ela deve ter os interesses pessoais e coletivos. Ela não inviabiliza nada, entendo que ajuda a resolver alguns problemas, como tempo de TV. Se vier a federal, ajuda na chapa. Estamos muito tranquilos e tem muita água para passar embaixo dessa ponte. Entendo que essa união é muito importante para nós, a Rede não vai perder e muito menos o Audifax vai perder o seu perfil e características. A Serra conhece o Audifax, o gestor que sou e de resultados. Minha candidatura ao governo está consolidada, só Deus tira”, disse.

Perguntado se o PSOL irá apoiar sua candidatura ao governo incondicionalmente, o ex-prefeito preferiu diminuir a importância do debate ideológico em vista dos interesses locais.

“Isso é uma construção, vamos dialogar, isso tudo é construído. Essa federação não é uma decisão do Estado, é da nacional. Nem a Rede nem o PSOL estaduais têm ação sobre isso. Importante são os eleitores da Serra e do ES entenderem daquilo que foi produzido na Serra será no ES porque o Audifax é gestor independente de partido A, B, C ou E. Todos esses partidos são bem-vindos, vou manter os meus princípios e resultados”, completou.

Sobre questões relacionadas a possíveis nomes na vice, Audifax preferiu manter o mistério: “Isso vai ser definido até agosto. Uma discussão que vai se dar a partir de abril”. Além disso, confirmou que o diálogo com o ex-governador Paulo Hartung, segue acontecendo: “É boa [relação com PH], era boa e vai continuar sendo boa”, finalizou.

Mari Nascimento

Mari Nascimento é repórter do Tempo Novo há 18 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal, principalmente para a de Política.

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