Pandemias como a do novo coronavírus podem gerar uma verdadeira corrida às farmácias em busca de formas de se prevenir ou mesmo de tratar possíveis sintomas de Covid-19.
Mas a infectologista da Unimed Vitória Rubia Miossi destaca que a automedicação é sempre muito perigosa, especialmente quando se trata de uma doença que ainda está em estudo. “Ninguém deve sair tomando remédios de forma aleatória e sem prescrição. Não é necessária nem indicada essa corrida às farmácias. Nem faz sentido se encher de antigripais ou vitaminas sem orientação”, alerta.
Nos últimos dias, um remédio que é usado contra a malária e outras doenças como lúpus foi testado com sucesso no tratamento do coronavírus, mas em um grupo pequeno, de 20 pacientes graves, nenhum com sintomas leves. Isso fez com que a procura pela medicação aumentasse, chegando a faltar para quem realmente precisa.
“A hidroxicloroquina sumiu das prateleiras quando anunciaram que estava em testes. Mas ainda não há estudo conclusivo sobre seu uso no tratamento da Covid-19. Foi testada em poucos pacientes e apenas com quadros graves. Usar por conta própria é muito perigoso e quem precisa do remédio acaba ficando sem”, afirma a infectologista.
Riscos
É importante destacar que há alguns riscos em seu uso indevido. “Existem algumas reações adversas possíveis com a hidroxicloroquina, como lesão forte na retina, problemas hepáticos, anemia e problemas cardiovasculares graves”, ressalta Rúbia Miossi.
A médica ainda lembra que a automedicação pode intensificar a gravidade de enfermidades existentes ou mascarar sintomas de outras. “Em relação ao coronavírus, se a pessoa apresentar sintomas e se enquadrar nos critérios de caso suspeito estabelecidos pelo Ministério da Saúde, deve procurar o pronto-socorro mais próximo de sua casa. A avaliação de risco e das complicações decorrentes, assim como das medicações a serem utilizadas, deverá ser feita pelo médico”, conclui.
5 anos atrás
Redação Jornal Tempo Novo
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