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Bactéria e estresse matam peixes na lagoa Juara

Graciele: município vai investir R$ 4 milhões em meio ambiente até o fim do ano. Foto: Divulgação

Bruno Lyra

Graciele Petarli Venturoti assumiu, interinamente, a Secretaria de Meio Ambiente da Serra após a ida de Andréia Carvalho para o governo do ES. Com formação na área de saneamento e mestrado sobre lagoas, Graciele fala sobre os avanços e gargalos da gestão ambiental do município. Confira.   

[TN] Do orçamento da Semma para 2016, o que é custeio e o que é investimento? 

[Graciele Petarli] O orçamento total é de R$ 13,7 milhões. São aproximadamente R$ 4 milhões em investimentos, o restante é para o custeio, manutenção de pessoas e das bases de trabalho. Recentemente inauguramos a sede da APA do Mestre Álvaro; a da Jacuném há pouco mais de um ano. A Apa do Vilante ainda não tem sede e o plano de manejo está sendo feito. Temos a seda da APA Manguezal Sul, que veio via compensação ambiental e está sendo gerida pela Fundação Alphaville.

Quantos funcionários têm na Semma e qual estrutura dispõe para fiscalização?

São 96 funcionários entre efetivos e comissionados. Desses, 24 são fiscais. Temos três decibelímetros (para medir barulho), GPS, quatro veículos para a fiscalização, sendo um exclusivo para resgate de fauna.  E estamos comprando mais um, com recursos vinculados das compensações ambientais de Vale e ArcelorMittal.

A sede da Apa do Mestre Álvaro foi feita no Horto, fora do morro e não resolveu o problema da falta de estrutura e segurança para visitantes….

Já foi pedido a anexação do Horto à APA do Mestre Álvaro.  Não está no topo, mas também é uma condição complicada fazer uma sede e manter vigilância numa área de difícil acesso. Mas vamos aumentar o patrulhamento daquela área;  para 2017 alguns agentes  da nova Guarda Municipal serão treinados para isto. O município também vai desapropriar terrenos nas partes mais altas para implantação de uma unidade de proteção integral, cujo formato está em discussão.

Pescadores e piscicultores da Juara dizem que o sal que veio após a dragagem do rio Jacaraípe é a causa da mortandade de tilápias na lagoa. O que está acontecendo?

Junto com o Instituto Estadual de Meio Ambiente (Iema), coletamos peixes e água em cinco pontos, com previsão de 45 dias para resultado definitivo. Mas já foi identificada a bactéria Aeromonas hydrophila nos peixes coletados. É uma bactéria naturalmente encontrada na tilápia, mas que pode adoecer e até matar o peixe se ele estiver uma situação de estresse. Essa situação de estresse pode ter sido causada pela pesca predatória. A recomendação é que não se compre nem consuma peixes com lesões ou ferimentos.

Isso não pode ter sido provocado pelo excesso de sal e esgoto?
Qualquer alteração pode ser motivo de estresse aos peixes, ainda mais os de cultivo, por conta de ficar na gaiola. Então eles estão mais suscetíveis com as situações. Não descartamos nenhuma possibilidade, mas a salinidade não deve ser a influencia.

Quando começa o reflorestamento para compensar a devastação do manguezal de Jacaraípe com as obras de dragagem e alargamento do rio?

Estamos em fase de licitação da empresa que vai realizar o serviço. Temos de compensar o dobro do desmatado, serão pelo menos 12 ha recuperados na APA Manguezal Sul (próximo ao condomínio Alphaville).  Mas alguns trechos da margem do rio Jacaraípe já estão se regenerando naturalmente e vamos ajudar neste processo se precisar. Inclusive foi feita uma modificação na calha do rio para ajudar na regeneração do manguezal.

Qual o planejamento do município para a situação das turfas? Ocupação ou preservação da área?

Essa questão está sendo discutida, não tem um posicionamento final. Qualquer intervenção naquela área pode dar problema e ter um impacto grande.

A Câmara da Serra aprovou a proibição das plantações de eucalipto e a Prefeitura está questionando na Justiça…

Infelizmente a gente não participou de nenhuma discussão sobre, e entendemos que vai mexer com a questão social e econômica.  Tem que ser considerado todos os aspectos, não podemos parar a cidade com uma decisão que não foi discutida.

Já houve melhoras em rios, praias e lagoas com o esgoto gerido pelo consórcio privado Serra Ambiental?

As estações de esgoto estavam subdimensionadas para a demanda da cidade, que cresceu muito. Mas desde já conseguimos reduzir cronogramas, atender lugares que não estavam nos planos. Ainda não é tão visível por conta do número de imóveis que temos para atender, mas já ouve uma grande melhoria.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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