O casal da Serra que iria pedalar quase 400 quilômetros numa bicicleta de dois lugares de Colina de Laranjeiras a cidade de Entre Folhas, em Minas Gerais, teve a viagem interrompida por conta da chuva que provocou uma queda em meio a lama que danificou o guidão da bicicleta.
O trajeto dos ciclistas é feito por regiões que possuem calçamento e por trechos de estrada de chão. E foi justamente num pedaço de estrada de chão que o guidão da bicicleta quebrou e por dificuldade de reposição de peça, os ciclistas pediram resgate ao filho. Eles enfrentaram chuva, lama e frio.
“Nós não conseguimos completar o percurso infelizmente. Em uma das quedas na lama, o canote do guidão quebrou e não conseguimos reposição. Tivemos que interromper a viagem e pedir resgate pro meu filho que foi nos buscar de carro”, disse Marly.]
A bicicleta quebrou num trecho de estrada de chão entre Santo Antônio de Manhuaçu e Ipanema, já em Minas Gerais.
O advogado Nilberto Ramos da Silva e a empresária Marly Martins de Souza iniciaram a viagem na sexta-feira (8) e o objetivo era chegar ao destino final na terça-feira (12). Os serranos chegaram a pedalar até as cidades mineiras de Conceição do Capim e Aimorés.
“Passamos em duas cidadezinhas São João do Jacutinga e Santo Antônio do Manhuaçu que não tinha oficina de bike. Seguimos até a Piedade de Caratinga e lá fomos em três oficinas também sem sucesso”.
A próxima tentativa já tem dia certo para acontecer. “Vamos fazer novamente na primeira quinzena de janeiro/2022. Porém, faremos pela BR 262 e BR 116. Serão quatro dias de pedal: Colina de Laranjeiras a Marechal Floriano. De Marechal a Ibatiba. Ibatiba a Realeza\MG e de Realeza a Entre Folhas/MG”, adianta Nivaldo.
De acordo com Marly, o casal teve que caminhar mais ou menos 4km empurrando a bike até um Área de lazer. “Usamos o wifi para comunicar com nosso filho. Só que onde pegava sinal era longe da pista. Nilberto Ficou na pista e eu no espaço lazer pra comunicar”.
Esta viagem pode ser sido interrompida, mas não foi a primeira experiência do casal. Eles já pegam a estrada desde 2014. “Já fomos a Guarapari, João Neiva, Domingos Martins, Ibiraçu. Sempre fazemos volta a Ilha de Vitória, Santa Leopoldina, Santa Cruz. Também as áreas rurais da Serra, como Queimado, Contorno do Mestre Álvaro e vários outros lugares. Já fizemos em 4 dias de viagem, de Serra a Nanuque em MG, num total de 411km”.
De acordo com casal, a ideia de pegar a estrada em cima de uma bike surgiu pela vontade de estimular a filha que é autista a fazer atividade física. “Como nossa filha não gostou muito, convidei minha esposa a experimentar e fomos de Colina de Laranjeiras a Santa Cruz. Aí ela gostou e começamos a melhorar a bike”, detalha Nilberto.
O advogado conta que o gostoso de pedalar é a visão diferente por onde se passa. “Principalmente que andamos numa velocidade média de 15km/h, onde é possível observar os pequenos detalhes da estrada, das pessoas, dos animais. É um viajar sem pressa, onde o que importa é aproveitar a paisagem, seja com sol, chuva ou muito vento quando o trajeto é pelo litoral”.
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Já Marly destaca as novas amizades que são feitas durante os trajetos. “Conhecemos outros ciclistas, motoristas de ônibus e caminhão. Todos sempre nos respeitam e mantém distância. Em todas as cidades que visitamos sempre fomos muito bem acolhidos”, conta Marly.
Se você está achando que é fácil pedalar rumo a outro Estado, está enganado. Nilberto, contou ao Tempo Novo, que numa das viagens do casal, um amigo tentou se juntar à dupla, mas desistiu no meio do caminho. “Quando fomos a primeira vez para Minas, um colega ia com a gente em uma outra bike, porém logo no início em Planalto Serrano, ele desistiu. E nós continuamos. Só na metade do caminho, descobrimos que a câmara de ar reserva e os remendos ficaram com ele. Mas não furou pneu, graças a Deus”.
Nilberto lembrou ainda de um dos apertos que o casal passou na estrada. “Um dia, vindo de Santa Leopoldina, resolvemos passar pela área rural da Serra, Muribeca e numa descida muito íngreme, os freios não seguraram e só pude gritar: “Segura Marly, que vamos cair”. Não caímos, mas, o coração veio na ponta da língua. De vez em quando cachorros de rua nos fazem correr um pouco mais também”.
Veja fotos da aventura do casal: