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“Bolsonaro vai construir uma indústria de mortes”, diz Contarato

Senador capixaba acusa o presidente de querer “criar uma indústria de mortes. Foto: José Cruz

Após a divulgação de uma pesquisa do instituto Datafolha que afirma que a maioria dos brasileiros reprova a proposta do Governo Bolsonaro de afrouxar as regras de trânsito e aliviar a punição para motoristas infratores, o senador capixaba, Fabiano Contarato (Rede), voltou a criticar Jair Bolsonaro (PSL) e afirmou que o presidente “vai construir uma indústria de mortes” com a mudança no Código de Trânsito Brasileiro.

De acordo com o senador, as medidas apresentadas por Bolsonaro vão na contramão da defesa da vida humana.  “Durante mais de dez anos trabalhando na Delegacia de Delitos de Trânsito constatei que o Governo Federal falha na fiscalização, na educação para o trânsito e na legislação, uma vez que, no Brasil, ninguém fica preso por crime de trânsito”, disse o capixaba.

Contarato ainda disse que o único condenado em crimes de trânsito é a família da vítima, além de acusar o presidente de querer construir uma indústria de mortes. “O único condenado é a família da vítima que sofre pela dor da perda e pela certeza da impunidade. As medidas anunciadas pelo presidente vão na contramão da defesa da vida humana. Não tenho dúvidas de que ele (Bolsonaro) vai construir uma indústria de mortes. Lamentável”, afirma o parlamentar.

Essa não é a primeira vez que o senador criticou o presidente por esse projeto. Logo quando foi anunciada as possíveis mudanças, Contarato afirmou que “só quem infringe as leis de trânsito apoia o projeto de Bolsonaro”.

Mudanças propostas

O Projeto de Lei (PL) entregue por Jair Bolsonaro aos deputados propõe diversas mudanças no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Na entrega realizada em junho, o presidente afirmou que acredita na população e que menos leis é sinal que o povo está mais consciente dos seus deveres e ainda criticou a quantidade de leis existentes. “Quanto mais lei tem o país é sinal que ele não tá indo no caminho certo”, afirma.

Um dos pontos que mais chama atenção é a retirada da aplicação da multa aos motoristas que transportarem crianças sem cadeirinha. Além disso, o PL do presidente, caba com a obrigação de exame toxicológico para motoristas profissionais. Caso o projeto seja aprovado, a carteira de habilitação também passará a valer por 10 anos, atualmente tem que ser renovada de cinco em cinco anos.

Também modifica a pontuação para que um motorista infrator perca sua carteira de habilitação. Atualmente são 20 pontos, mas o presidente propôs aumentar para 40.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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