As obras da rodovia do contorno do Mestre Álvaro ainda estão na promessa. Mas pelo jeito já tem gente interessada na valorização de terrenos que ficarão perto da nova rodovia. Mesmo que tais terrenos estejam em áreas sujeitas a inundação em épocas chuvosas.
Na última sexta – feira (10) o ativista ambiental e fotógrafo serrano Edson Reis flagrou a devastação de uma área brejosa ao lado da estrada do Queimado, em frente a uma pedreira, na região rural da Serra. Toda a vegetação do local foi retirada, deixando o local com cara de deserto.
O local fica aos pés do Mestre Álvaro e costuma acumular grande quantidade de água em épocas de chuvas regulares – é bom lembrar que desde 2014 o Espírito Santo enfrenta a pior crise de água da história. Por isso não há água lá no momento. “Antes mesmo da obra do contorno do Mestre Álvaro começar já estão devastando o local, que é cheio de vida”, disse o ativista.
Uma das razões da obra do Contorno do Mestre Álvaro não ter começado é o fato de que o projeto não ter sido totalmente aprovado. Por isto o Tribunal de Contas da União (TCU), barrou o repasse do dinheiro que iria para o Estado iniciar a construção do trecho.
A drenagem da região, que fica parcialmente inundada em período chuvoso, é um desafio para o empreendimento, que está orçado em R$ 290 milhões e será o novo traçado da BR 101, com uma ligação de cerca de 18 km de extensão entre os quilômetros 249 (próximo ao posto da PRF em Belvedere) e o quilômetro 275 (no pólo Jacuhy), ambos na Serra. O objetivo é tirar parte do fluxo do trecho urbano da BR 101 na Serra, que é um dos gargalos para quem usa a rodovia.
Em nota a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) disse que enviará uma equipe ao local para averiguar a denúncia e ver as possíveis medidas a serem adotadas.