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“Bruno finge que é pré-candidato, mas seu negócio é a vice de Audifax”

Oswaldino também não poupou Vandinho Leite: disse que o tucano novato é um político sem conteúdo para disputar a Prefeitura. Foto: Bruno Lyra

Por Conceição Nascimento / Yuri Scardini

Nascido e criado na Serra, Oswaldino Luiz Marinho (PRTB) é presidente do Sindicato dos Servidores da Serra (Sermus). De origem humilde, filho de pais adotivos, já falecidos, que moravam no interior da Serra, Oswaldino é conhecido pelo barulho que faz quando briga pelos direitos dos servidores municipais. Às vezes é tratado com desdém e até com deboche, mas isso não tira seu ânimo de se colocar como pré-candidato à Prefeitura da Serra, onde é servidor desde 1979. Na condição de franco-atirador, abre sua metralhadora contra os outros pré-candidatos. Confira.  

Porque o senhor quer ser candidato a prefeito?

Nós temos que livrar a Serra da dupla Vidigal/Audifax; um sai, o outro volta. Eles já deram o que tinham que dar e é sempre a mesma coisa, é pão dormido, a gente já sabe como vai ser; se Vidigal ou Audifax ganhar a eleição serão mais quatro anos de decepção para os moradores do município. Eu quero quebrar esse domínio e fazer uma gestão voltada para a Serra, pois não pretendo ser candidato a deputado federal, senador ou governador. Já os outros candidatos querem cargos mais altos e ficam jogando para uma plateia que não é da Serra, fazendo publicidade de uma cidade que não é a realidade.

O senhor tem noção da diferença de tamanho político que o separa de figuras como Audifax e Vidigal?

Tenho, mas se ficar pensando nisso não vou ser nada. Nem presidente do SERMUS seria. Essa diferença me estimula e tenho direito de colocar meu nome como uma opção diferente para o eleitor da cidade.

Por que o eleitor deveria dar um voto de confiança a Oswaldino?

Eu tenho duas gestões à frente do Sermus, não pagamos uma conta atrasada, mantemos diversos convênios que ajudam o associado e prestamos serviços médicos, odontológicos e jurídicos. Temos também convênio com laboratórios, farmácia, ótica, SESI, entre outros. Dirijo uma entidade totalmente organizada. Pode não ser muita coisa. Mas Vidigal, há 30 anos era um médico que abriu mão de ganhar dinheiro com a profissão para atender as pessoas de graça e construir prestígio. Já Audifax era um servidor da prefeitura de Vitória, com a fama de perseguidor.

Mas hoje os dois se transformaram nas principais lideranças do município…

Nas duas primeiras gestões do Vidigal e na primeira do Audifax a economia estava bem e acreditamos que eles eram bons. A última do Vidigal e essa do Audifax, que a economia está mal, estamos vendo que eles não são bons coisa nenhuma, é pura enganação. O Vidigal falou que iria construir hospital, que construiria aeroporto, um grande centro cultural na rotatória do Dório Silva, contratou um grande projeto para o entorno do Mestre Álvaro e não fez nada disso; só fez escolas, creches, unidades de saúde e pavimentou ruas. No auge, o Audifax fez o Parque da Cidade e com ajuda do Governo do Estado fez a rodovia da Serra-sede a Jacaraípe e deu o nome do pai dele. Nessa gestão, nem as creches que começou está conseguindo terminar; só faz iluminação pública porque o dinheiro vem da conta de energia que a gente paga.

Qual são os eixos do programa de governo proposto pelo senhor?

Escolas, creches, unidades de saúde e recuperação de asfalto para uma cidade do tamanho da Serra e com a sua receita não podem ser considerados programas de governo, mas um dever, uma obrigação. Para as grandes intervenções que a cidade precisa, vamos discutir com os setores que formam essa cidade. O que prometo é muito trabalho, todos os dias e o dia inteiro.

O senhor não tem amplo apoio de lideranças políticas experientes. Como montaria uma equipe de governo?

Com gente que ama e mora na cidade. Chega de trazer gente de fora, que não conhece a cidade, sua gente e sua realidade, pois diante de um quadro de 500 mil habitantes e 11,4 mil servidores, temos gente com competência. Não há necessidade de ficar trazendo essa gente de Vitória, Vila Velha e outras cidades, que vem aqui, enche os bolsos e vai embora.

Além de Audifax e Vidigal, essa eleição pode gerar uma disputa interessante com a entrada Givaldo Vieira (PT), Vandinho (PSDB), Bruno Lamas (PSB) e a candidatura do senhor….

Tem 28 anos que essa cidade vota num Vidigal. Desde que Sérgio foi vereador em 1988, a cada dois anos a gente vota ora nele, ora na esposa Sueli. É um perfil assistencialista com uma veia evangélica, dois campos férteis na Serra. Já o Audifax, se deixar, vira um imperador sob a manta evangélica querendo imitar o Vidigal no assistencialismo. O Bruno montou na garupa do Audifax, colocou a mãe secretária, finge que será candidato, mas o seu negócio mesmo é assegurar a vice. O Givaldo é sortudo, não tem voto, mas sempre ganha. Os cinco mil votos que ele teve na Serra para federal não o levarão a lugar algum. Já o Vandinho é um sem conteúdo. Tem um projeto novo de populismo disfarçado de desenvolvimentista que não acrescenta nada.

O senhor acha que o impeachment da presidente Dilma ajudar o país a sair da crise política e econômica?

Sim. Eu sou a favor da cassação do mandato dela e começar um novo tempo na política do país. Agora eu quero é ver o Vidigal e também o prefeito Audifax darem declarações públicas dizendo se são contra ou a favor. Eles só sabem enrolar quando são perguntados sobre isso, não querem ser claros em suas respostas. Os dois tem que sair de cima do muro.

Como pré-candidato, quais os seus planos para os servidores?

Planejo grandes mudanças. Entre elas um plano salarial digno para todos, incluindo aposentados e pensionistas. Vamos dar aquilo que é de direito deles, que é um dever do município. Além disso, pretendo dar plano de saúde, plano de cargos e salários, aumentar o auxílio-alimentação e outras melhorias de condições de trabalho.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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