Faltando poucos dias para entrar 2020 – ano de eleições municipais, afunilam as articulações para definir os cenários eleitorais que se avizinham. Na Serra, ainda há um arranjo de indecisões para as candidaturas majoritárias, no entanto, alguns players vão se sobressaindo e outros podem surpreender neste início de ano eleitoral.
É o caso do vereador da Serra, Cabo Porto, atualmente no PSB. Ele é tido nos bastidores políticos como um dos parlamentares de maior envergadura eleitoral. E por isso, seu nome vem sendo cotado para queimar etapas e desembarcar em uma candidatura a prefeito já no ano que vem.
Porto foi eleito pela primeira vez em 2016, ficando na 4º posição dentre 456 candidatos. Fez ao todo 3.080 votos. O vereador ficou conhecido – especialmente na região de Jacaraípe, pela atuação como policial militar, do qual ingressou em 1996. Atualmente aos 43 anos, Cabo Porto é um dos vereadores que mais se destacam na Câmara, tanto pela bandeira da segurança pública, quanto por declarações efusivas e projetos que dividem opiniões, como a implantação de uma Escola Militar na Serra.
O vereador é considerado um bolsonarista de carteirinha, e isso têm causado problemas internos dentro do PSB, que a nível nacional faz parte da corrente progressista suprapartidária liderada pelo ex-candidato a presidente Ciro Gomes (PDT). Ao TEMPO NOVO, o presidente estadual do PSB, Alberto Gavini disse:
“O PSB é um partido de centro-esquerda e não comunga com algumas posições do presidente da República. E como o Cabo Porto tem se posicionado em defesa dessas ações, como posse de armas e outras, precisamos conversar com ele”. E deu o recado: “O partido já se posicionou em relação aos parlamentares que se alinharam com as ideias do Governo Federal”, disse Gavini, se referindo a retaliações contra filiados que se alinharam ideologicamente a Bolsonaro.
A reportagem procurou Cabo Porto, quer confirmou a existência de convites de outras siglas partidárias para se filiar e ser candidato a prefeito. “Tenho ao menos três possibilidade nesse sentido de ser candidato a prefeito. Não gostaria de citar nomes e partidos, já que isso é uma coisa que precisa ser conversada com todos, mas tenho portas abertas caso opte por uma candidatura majoritária”, disse.
Perguntado, objetivamente, se ele pode ser candidato a prefeito, o parlamentar não nega, no entanto, diz que “se a eleição fosse hoje”, seria candidato à reeleição para vereador. “Entendo que se a eleição fosse hoje, não seria candidato a prefeito. Mas política é igual nuvem, tudo pode acontecer. Tem muita articulação em curso. Tenho ouvido muito a população, uma boa parte me diz que eu deveria ser candidato a prefeito. Então essas coisas, naturalmente, nos faz pensar”, avaliou o vereador.
A respeito da relação com o atual partido, ele é curto: “Vou acatar qualquer decisão do PSB, minhas posições ideológicas serão mantidas, caso contrário não estaria sendo justo com aqueles que me elegeram e que me apoiam”.