Caçadores desmatam área no Mestre Álvaro para montar acampamento e matar animais

Abrigando centenas de espécies de animais silvestres, o Mestre Álvaro – maior monte da Serra e um dos maiores da costa brasileira – está sofrendo com a constante presença de caçadores de animais silvestres. Além da caça, os criminosos também estão desmatando uma área, onde montam acampamentos para passar a noite.

As denúncias foram feitas por ativistas ambientais que atuam no Mestre Álvaro. De acordo com eles, a presença de caçadores está sendo constante no monte e os principais alvos são os lagartos e as pacas; pássaros também são procurados, mas quase não são pegos, segundo os ambientalistas.

Imagens mostram um dos acampamentos, situado na Trilha de Furnas, bem próximo a uma cachoeira – local estratégico para quem pratica, ilegalmente, caça no monte. Os caçadores deixam a estrutura de madeira montada e levam apenas lonas para cobrir os troncos e fechar o abrigo.

De acordo com um dos ativistas ouvidos pelo Jornal Tempo Novo, a situação ocorre há mais de um ano. “Nós temos observado e lutado contra esse crime ambiental há mais de um ano, mas o poder público precisa fiscalizar. Os caçadores cortam pequenas árvores para fazer acampamento com as madeiras; eles deixam gaiolas e instrumentos de caça no local”, denunciou.

Outro ambientalista disse que os acampamentos sempre são derrubados, mas agora os caçadores deixaram uma ameaça. “A gente sempre tira, derruba tudo, mas eles voltam e fazem de novo; desta vez, foi pior, eles deixaram uma placa ameaçando espancar quem retirar a estrutura ilegal”, disse.

Vale ressaltar que o Mestre Álvaro é uma Área de Proteção Ambiental (APA) e possui 833 metros de altura. Por lá, são encontradas diversas espécies de animais silvestres. Nos alagados – entorno do monte – já foram fotografadas 150 espécies de aves; isso sem contar tamanduá, jaguatirica, lontra, cachorro do mato e gato mourisco.

Fiscalização e Polícia Ambiental vão apertar o cerco contra caçadores

A Prefeitura da Serra foi acionada pelo Jornal Tempo Novo para comentar sobre as denúncias dos ativistas. De acordo com o Município, a Fiscalização Ambiental da Serra fará, nos próximos dias, uma reunião com a Polícia Ambiental para tratar sobre este tema e agendar uma ação integrada contra os criminosos.

“É importante destacar que a Fiscalização Ambiental é responsável pelas ações administrativas e a Polícia Ambiental pelas sanções criminais”, diz a nota do Município.