Ayanne Karoline
A crise econômica é para valer, está atingindo todos os municípios do país e com a Serra não é diferente. E com reflexos diretos na arrecadação do município, cujas perdas já ultrapassam os R$13 milhões em relação aos quatro primeiros meses do ano passado, contabilizados apenas o recolhimento do Imposto de Transmissão de Bens Imóveis ( ITBI) de Imposto Predial e Territorial Urbano ( IPTU).
Em relação ao ITBI, no primeiro quadrimestre de 2015 foram arrecadados R$ 9,46 milhões. No mesmo período, em 2016, a arrecadação foi de R$ 5,27 milhões. A queda foi de 44,3%, número que reforça a tese dos que afirmam que a cidade vive um estouro da bolha imobiliária.
Já o IPTU, nos quatro primeiros meses de 2015, rendeu aos cofres públicos R$ 34,6 milhões. Em 2016, o valor de cota única, mais o arrecadado até os primeiros quatro meses do ano, resultou numa arrecadação de R$ 25 milhões. Um declínio de 27,8%. Os números são da Secretaria de Fazenda do município.
Além da queda desses dois impostos, o município vem enfrentando outros desafios na arrecadação. Um deles é a paralisação da Samarco, que resultou na suspensão de R$ 300 milhões em contratos com terceirizadas instaladas na Serra, empresas que prestam serviço às usinas de Anchieta.
Até novembro, segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico da cidade, os cofres municipais devem perder R$ 40 milhões de Impostos Sobre Serviço (ISS) que seriam recolhidos por estas terceirizadas.
Para aumentar o baque, a Serra também sofre com o desmonte da unidade da Petrobrás no Terminal Industrial Multimodal da Serra (TIMS), onde a petrolífera armazena equipamentos voltados à extração de petróleo em plataformas no mar. Cerca de 70 % da estrutura já foi desmontada e transferida para Macaé, no Rio de Janeiro, e apenas uma pequena parte das atividades deve permanecer na Serra.