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Cair no bafômetro não sai por menos de R$ 3,2 mil

Dependendo da quantidade de álcool o motorista pode ser preso e ter que arcar com a fiança, o que multiplica os gastos de quem cai no bafômetro. Foto: Agência Brasil

Clarice Poltronieri

Ser pego dirigindo pela blitz do bafômetro após beber custa cada vez mais caro. Na melhor das hipóteses, sai por R$ 3,2 mil. Só a multa custa R$ 2,9mil e o motorista ainda fica um ano sem dirigir e precisa fazer um curso de reciclagem que custa em média R$ 300.

Jorge*, de Laranjeiras, depois de beber caiu numa blitz que aconteceu no próprio bairro. Ele conta que já gastou R$3,4mil. Isso sem contabilizar os custos do transporte para a autoescola, onde iniciará as aulas de reciclagem. “Paguei a multa (R$2,9mil) e o curso de reciclagem com as taxas do Detran (R$500). Fora o gasto com deslocamento. E se tiver alguma outra multa no veículo, você tem que pagar também para poder pegar a carteira de novo”, lembra.

No caso do motorista Paulo*, de Morada de Laranjeiras, o prejuízo pode chegar a R$6,4mil. Isso porque ele foi pego dirigindo alcoolizado três vezes. O detalhe é que isto aconteceu antes do reajuste da multa, que em novembro de 2016 subiu de R$ 1,9 mil para R$ 2,9 mil.

“Recebi três multas de R$1,9 mil, mas até agora só paguei uma. Só de multa o prejuízo foi de foi R$5,7 mil. Uma vez um amigo buscou o carro e nas outras duas foram taxistas que me cobraram R$30 e R$70. A carteira foi apreendida e eu pude buscar no Detran, em Vitória, depois de cinco dias úteis. E as duas últimas situações foi com 15 dias de diferença. Não perdi a carteira, mas se tiver que fazer curso de reciclagem, vão mais uns R$500”, relata.

O proprietário da Autoescola Volante, Roberto Catirica, explica o que acontece com quem é pego no bafômetro. “A infração é gravíssima, com suspensão imediata da carteira por um ano e multa de R$2,9 mil. Após esse período tem que fazer o curso de reciclagem, que custa R$300, fora as taxas do Detran. E o motorista pode responder por crime, pois há dolo. Cerca de 40% dos alunos do curso de reciclagem que nos procuram é por terem caído no bafômetro”, explica.

Para o instrutor de autoescola Cláudio Gabrielle, o número de motoristas pegos sob efeito de álcool vem reduzindo e a maioria é homem. “Reduziu tanto pelo valor da multa, quanto pelas alternativas, como Uber e afins. A multa é bem alta e se for reincidente, dobra o valor. E dependendo do teor alcoólico o motorista pode ser preso. Na autoescola, cerca de 80% são homens”, lembra.

Além das sanções previstas, dependendo do nível alcoólico o motorista ainda pode ser preso e ter que pagar fiança. Aí a conta acaba ficando mais salgada.

* Nomes fictícios dos personagens, que pediram para não ter a identidade revelada.  

Bafômetro a distância já está em uso no ES

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) já está usando nas rodovias 25 aparelhos que detectam a presença do álcool dentro do carro – o etilômetro, sem a necessidade de soprar. O aparelho é aproximado do carro e se acender a luz vermelha, indica teor etílico no local. Se houver passageiros no carro, o motorista é convidado a fazer o bafômetro. As informações são da assessoria de imprensa da PRF.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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