Por Conceição Nascimento
Tem chamado a atenção de quem acompanha as sessões da Câmara de Vereadores da Serra o esvaziamento frequente do plenário, o que tem emperrado a pauta de votações da Casa. Um desentendimento sobre algum tema é suficiente para que os edis se recusem a permanecer no plenário, muitas vezes registrando a presença e se ausentando em seguida. Essa atitude garante o boicote sobre as votações, mas permite o recebimento integral dos vencimentos.
A situação vem acontecendo há pelo menos dois meses.
Nesta segunda-feira (20) apenas sete dos 23 vereadores registraram presença no momento da verificação do quórum, que é de 12 vereadores. A reportagem do Tempo Novo esteve na sede do Legislativo municipal, mas os portões estavam fechados. Um vereador ouvido pela reportagem disse que a reunião não durou dez minutos, sendo interrompida na contagem dos presentes para verificação de quórum.
Segundo o Regimento Interno do legislativo, cada ausência na sessão deveria resultar em desconto de 1/16 na folha de pagamento do parlamentar faltoso. Isso significaria R$ 545,00 de desconto para cada sessão, duas semanais (segunda e quarta-feira). Os vencimentos de cada vereador são de R$ 9.208,22 (bruto) e R$ 7.201,49 (líquido). Também estão incluídos entre os benefícios um carro e 200 litros de gasolina por mês.
Na noite desta segunda-feira (20) estavam presentes no plenário apenas os vereadores Gideão Svensson (PR), Rodrigo Caldeira (SD), Gilmar Carlos (PT), José Raimundo (PSL), Aécio Leite (PT), Pastor Ricardo (PRB) e Miguel da Policlínica (PTC).
O presidente da Câmara, vereador Guto Lorenzoni (PP), foi procurado pela reportagem, mas até as 15h50 desta terça-feira (21) não atendeu ao celular.