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Câncer de boca: consumo de cigarro eletrônico aumenta risco e preocupa médicos

A moda do uso dos cigarros eletrônicos entre a população mais jovem tem preocupado a comunidade médica e um dos motivos é o potencial aumento do risco de desenvolvimento de cânceres, entre eles o de boca.

Apesar de não haver estudos fazendo uma ligação direta entre o uso desses dispositivos e o desenvolvimento dos tumores, sabe-se que as substâncias presentes têm potencial tóxico e cancerígeno. Já foram encontrados, em dispositivos desse tipo, metais pesados como o latão e o níquel, além de substâncias cancerígenas, como o benzeno.

“Justamente pela falta de segurança e de regulamentação sobre os cigarros eletrônicos, a Anvisa proibiu a comercialização dos dispositivos no Brasil, em abril, baseando-se em documentos da Organização Mundial da Saúde e da União Europeia sobre o tema”, relembra o cirurgião de cabeça e pescoço Marco Homero de Sá.

Entre os riscos oncológicos que podem estar associados aos cigarros eletrônicos está o do câncer bucal, doença que, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), deve ter mais de 15 mil novos diagnósticos no Brasil, levando aproximadamente 6 mil pessoas a óbito no país. Por isso, a Semana Nacional de Prevenção do Câncer de Boca, que ocorre nos primeiros sete dias de novembro, reforça a conscientização sobre os cuidados preventivos e os sinais de alerta da doença.

“É importante destacar que o tabagismo é um fator que aumenta muito o risco do surgimento do câncer de boca, já que o cigarro promove o contato de diversas substâncias cancerígenas com a mucosa da boca. Os cigarros eletrônicos também têm deixado a comunidade médica em alerta, sobretudo porque caíram no gosto da população mais jovem”, alerta o cirurgião.

Segundo dados da Coordenação do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, 25% das pessoas entre 18 e 24 anos estão tendo a primeira experiência com o fumo por meio do cigarro eletrônico, índice que aumentou 20% em 2023.

O câncer de boca é um tumor maligno que pode afetar os lábios, estruturas da boca (gengiva, bochecha, céu da boca) e a língua. Em estágio inicial, ele pode ser silencioso, por isso, o ideal é consultar um dentista regularmente para avaliação e prevenção.

“É preciso, também, estar em alerta com feridas nos lábios e na cavidade bucal, que não cicatrizam em até 15 dias. Manchas vermelhas ou esbranquiçadas também são um sinal sugestivo. Um erro muito comum cometido pelas pessoas é aguardar longos períodos, imaginando que a ferida possa ser uma afta e terá uma resolução espontânea. Mas é importante destacar que lesões na boca que ultrapassam o período de duas semanas devem ser avaliadas por um profissional”, sinaliza a dentista oncológica Beatriz Coutens.

As principais causas para o desenvolvimento do câncer de boca são o tabagismo, o abuso no consumo de bebidas alcoólicas e a exposição sem proteção aos raios solares, uma vez que o câncer labial, que atinge a pele dos lábios, também é considerado uma doença da cavidade oral.

Relações sexuais sem proteção também podem contribuir para o aumento do risco do câncer bucal, já que são uma via de transmissão do vírus HPV, que podem elevar as chances de desenvolvimento da doença.

Prevenção

Para reduzir a chances de desenvolvimento do câncer de boca, manter uma higiene bucal adequada é fundamental. “A presença de restos alimentares pode levar a inflamações que liberam substâncias nocivas ao organismo, portanto, a escovação diária e o uso de fio dental são parte de uma estratégia de prevenção ao câncer de boca”, destaca Coutens.

Além disso, visitar regularmente o dentista e evitar o tabagismo e abuso de álcool também ajudam a evitar o desenvolvimento da doença.

“É essencial também alertar a população sobre a importância da observação de sintomas e do diagnóstico precoce. Quanto mais cedo a doença for descoberta, menos invasivo será o tratamento, reduzindo as chances de mutilações e queda na qualidade de vida dos pacientes”, pontua o cirurgião de cabeça e pescoço Marco Homero de Sá.

Redação Jornal Tempo Novo

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