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Câncer de colo de útero: vacinação contra HPV é a principal forma de prevenção

Também conhecido como câncer cervical, o câncer de colo de útero é um dos mais comuns entre as mulheres brasileiras. Crédito: Freepik

De acordo com oncologistas, o vírus do HPV é responsável por 70% dos casos desse tipo de câncer. O exame Papanicolau e o uso de proteção nas relações sexuais são medidas fundamentais de prevenção.

Também conhecido como câncer cervical, o câncer de colo de útero é um dos mais comuns entre as mulheres brasileiras. O Instituto Nacional do Câncer (INCA), estima que 17.010 novos casos da doença serão registrados anualmente entre 2023 e 2025. De acordo com especialistas, esse tipo de câncer está diretamente relacionado ao Papilomavírus Humano (HPV). Por isso, a prevenção e a detecção precoce do vírus, bem como do câncer, são fundamentais para a redução das estatísticas.

“O HPV é responsável por cerca de 70% dos casos de câncer de colo de útero. A relação entre a infecção persistente pelo HPV e o desenvolvimento desse tipo de câncer é muito clara. Por isso, medidas preventivas, como a vacinação contra o HPV e o rastreamento por meio do exame preventivo, são indispensáveis. É preciso reforçar esta ideia durante a campanha Janeiro Verde, voltada para o combate ao câncer de colo de útero”, explica a oncologista e cofundadora do Ellas Oncologia, Camila Beatrice.

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A médica explica que a vacinação contra o HPV tem demonstrado resultados expressivos na redução dos casos deste tipo de neoplasia. Como exemplo, um estudo realizado pela Sociedade Americana de Câncer comprovou a queda na incidência de câncer de colo de útero na primeira geração de mulheres que, no início da adolescência, acessaram a vacina contra o HPV.

Entre 2012 e 2019, nos Estados Unidos, a incidência deste tipo de câncer em mulheres de 20 a 24 anos caiu 65%. No período anterior analisado, de 2005 a 2012, a queda havia sido de 24%. Já na faixa etária de 25 a 29 anos a queda foi de 5,5 mulheres a cada 100 mil, em 2016, para 4,3 mulheres a cada 100 mil, em 2019.

“É importante destacar que, no Brasil, a vacina quadrivalente contra o HPV está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas e meninos de 9 a 14 anos. Ela protege contra os tipos de HPV mais associados ao câncer, como o 16 e o 18, mas ainda vemos taxas de vacinação abaixo do esperado. A vacina é segura e eficaz, e sua ampliação é fundamental para diminuir os índices da doença, tendo em vista que o HPV é um vírus muito comum e muitas pessoas vão ter contato com ele ao longo da vida”, reforçou a especialista para o Tempo Novo.

A fala de Camila vai ao encontro dos dados do Ministério da Saúde, que apontam que apenas cerca de 50% das meninas e 36% dos meninos tomaram todas as doses recomendadas da vacina.

Diagnóstico precoce

O câncer de colo de útero é caracterizado pelo crescimento anormal de células na região inferior do útero. Em estágios iniciais, a doença costuma ser silenciosa, mas pode se tornar grave quando diagnosticada tardiamente.

“Infelizmente, muitas mulheres só procuram ajuda quando apresentam sintomas avançados, como sangramento vaginal anormal ou dor pélvica. Daí vem a importância das visitas anuais ao ginecologista, assim como da realização do exame Papanicolau. Ele consegue identificar alterações/lesões precursoras do câncer, que se não forem tratadas corretamente, podem evoluir para neoplasia”, diz Aurenivea Cazzotto, oncologista e também cofundadora do Ellas Oncologia.

A especialista também reforça que a prevenção é a chave para reduzir significativamente o número de mulheres afetadas pela doença. De forma geral, as principais formas preventivas são:

  • Vacinação contra o HPV: disponível no SUS, protege contra os tipos mais comuns do vírus relacionados ao câncer.
  • Exame preventivo (Papanicolau): recomendado a partir dos 25 anos ou após o início da vida sexual, detecta alterações celulares precoces.
  • Práticas sexuais seguras: o uso de preservativos reduz o risco de transmissão do HPV.
  • Hábitos saudáveis: evitar o tabagismo e adotar uma dieta balanceada.

“Além das dores e do desconforto, o câncer de colo de útero também impacta a saúde reprodutiva das mulheres, podendo causar desde complicações em uma gravidez até a infertilidade. Além disso, há uma série de consequências emocionais e até mesmo econômicas, pois essas mulheres precisam, muitas vezes, se afastar do trabalho para serem tratadas. Sem contar o risco de agravamento da doença, que quanto mais tarde for descoberta, mais complexa se torna, exigindo tratamento mais agressivos”, explica Aurenivea.

O tratamento varia conforme o estágio da doença e pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e, em casos específicos, imunoterapia. “Hoje, as chances de cura são altas quando o câncer é identificado em estágios bem iniciais, mas o ideal é sempre prevenir”, finaliza a oncologista.

Redação Jornal Tempo Novo

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