O avanço da idade é um dos fatores de risco associados ao câncer de mama, entre outras neoplasias, mas um novo estudo revelou que a doença tem aumentado entre mulheres mais jovens.
A pesquisa, publicada no periódico Jama Open Network, analisou dados de mais de 500 mil americanos entre 2010 e 2019. Os maiores crescimentos foram observados entre indivíduos de 30 a 39 anos, sobretudo mulheres. Os tumores de início precoce mais incidentes em 2019 nos Estados Unidos foram mama, tireoide e colorretal.
Ainda não há dados oficiais sobre essa tendência no Brasil, mas a médica oncologista Virgínia Altoé Sessa acredita que é preciso ficar alerta. “O estudo apontou que o aumento da doença em jovens pode estar associado ao estilo de vida, e isso reforça a importância de adotar hábitos saudáveis para prevenir o câncer. E, consequentemente, acende o alerta para que práticas nocivas à saúde, como tabagismo, sedentarismo e etilismo, por exemplo, sejam banidas do nosso estilo de vida, pois esses hábitos aumentam o risco de câncer, inclusive entre os mais jovens”, destacou a médica.
Os fatores de risco que mais contribuem para o surgimento de câncer de mama e outros tumores malignos são tabagismo, obesidade, sedentarismo, avanço da idade e predisposição genética.
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“Não podemos impedir o avanço da idade, por isso é fundamental adotar práticas saudáveis que contribuem para prevenir doenças. Ninguém está totalmente livre de ter câncer, mas um estilo de vida saudável reduz e muito o risco. E quanto mais cedo a pessoa adotar bons hábitos, mais ela irá evitar doenças. Infelizmente, ainda é grande o número de jovens que fumam, se alimenta mal e não praticam nenhuma atividade física”, esclareceu a oncologista.
Rastreamento
A médica oncologista Virgínia Altoé Sessa lembrou que outra medida fundamental para a saúde é a realização de exames de rastreamento.
“A mamografia é o exame de rastreamento mais eficaz para detectar o câncer de mama, inclusive na fase inicial. E quanto mais cedo a doença for descoberta, maiores as chances de cura, além da possibilidade do tratamento ser menos invasivo. Por isso, é fundamental que mulheres façam o exame anualmente ou segundo a determinação do médico”, explicou a especialista.
Entidades médicas como a Febrasgo, a Sociedade Brasileira de Mastologia e o Colégio Brasileiro de Radiologia indicam que a mamografia deve ser feita a partir dos 40 anos de idade, uma vez ao ano.
“Se a mulher observar alguns sinais, como caroços, inchaço, vermelhidão ou saída de líquido da mama, é importante ir ao ginecologista ou mastologista para que seja feita uma investigação, independentemente da idade da mulher e mesmo que os exames estejam em dia. E se houver casos da doença na família, o médico deve ser informado”, alertou Virgínia.