Os animais silvestres são protegidos por lei e por isso qualquer tipo de maus-tratos a estes bichos é considerado crime. Na última terça-feira (17), uma capivara foi resgatada dentro de uma lanchonete em Nova Almeida.
A lanchonete fica na Avenida Beira Rio e o proprietário entrou em contato com a Fiscalização Ambiental que foi ao local resgatar o animal.
Auditor Fiscal de Atividades Urbanas de Meio Ambiente, Ronaldo Freire disse que são constantes o aparecimento das espécies próximo ao rio Reis Magos. “Mas ontem (17) foi inusitado. A capivara estava fugindo de um cão e se abrigou na lanchonete, sob olhar de curiosos ficou encurralada. O proprietário entrou em contato com a Fiscalização de Meio Ambiente que fez a captura e resgate do animal, que aparentava em boas condições e soltaram nas proximidades do rio”.
Como a capivara estava com boas condições de saúde, foi liberado nas proximidades do rio Reis Magos, também em Nova Almeida. Se o animal estive machucado, seria encaminhado para o Cetas/Ibama (Centro de Triagem de Animais Silvestres).
O biólogo Cláudio Santiago disse que não é necessário ter medo das capivaras, mas o melhor é não tentar muito contato. “Elas são animais dóceis e circulam perto das pessoas se não se sentirem ameaçadas. Elas não vão atacar nenhuma pessoa ou outro animal se elas não forem intimidadas. Naturalmente, os animais atacam para se defenderem, em último caso. Mas é raríssimo encontrar, na literatura, uma capivara que atacou uma pessoa sem ser motivada a esta ação.”
E continuou: “a capivara é o maior roedor do mundo, mas é nativa da América do Sul. O tipo de ambiente é aquele que já sabemos: alagados. Elas preferem passar boa parte da vida na água e nas margens de lagoas e rios”, ressaltou o biólogo.
Apesar de o animal ser dócil, existe um perigo para a saúde humana e de animais domésticos. Acontece que as capivaras possuem o carrapato-estrela (Amblyomma cajennense) como parasita – que é reservatório da bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa. O homem, ao ser picado por um carrapato contaminado, pode desenvolver a doença.
Cláudio alertou para os riscos, mas também destacou a importância e obrigação de respeitar essa espécie de animal.
“Um problema que pode acontecer do contato destes animais com seres humanos é que eles são animais que tem o carrapato estrela como parasita. Eles ajudam na disseminação dos carrapatos por onde elas circulam. E este parasita pode ser um potencial risco a saúde humana por conta da febre maculosa que pode até levar a morte. Fora isso, esses animais, como qualquer outro da fauna brasileira, é protegido e qualquer tipo de contato de agressão ou manejo não autorizado é passível da legislação vigente”, finalizou.
Encontrei um animal silvestre, o que faço?
Os moradores que encontrarem animais silvestres devem acionar a equipe de resgate pelos telefones (27) 3291-7435 ou (27) 99951-2321. De terça-feira a domingo é possível fazer contato das 8 às 0h. Já na segunda-feira, das 8 às 17 horas. Importante ressaltar que maltratar animal silvestre é crime previsto em lei.