Bruno Lyra
Reconstruído ao custo de R$ 240 milhões pagos pelo contribuinte capixaba, o estádio Kléber Andrade não vai receber a final entre Desportiva Ferroviária e Espírito Santo. O motivo alegado pela Secretaria Estadual de Esportes (Sesport), gestora do ‘Klebão’, é o de que mudaram as regras para emissão de laudos do Corpo de Bombeiros para praças esportivas no país e não há mais tempo para conseguir a documentação.
Alegação injustificável. Nenhuma regra muda sem que os interessados tenham amplo conhecimento prévio sobre a mudança. Portanto, deveriam ter se antecipado. As datas para as finais do campeonato capixaba de futebol – 30 de abril e 07 de maio – já estavam definidas há meses. Além do mais, o que custava acelerar a burocracia dado a excepcionalidade de um evento que valoriza o abnegado torcedor de times locais, algo tão caro ao resgate da identidade capixaba?
O que parece é que não há vontade política. Ano passado, quando os capixabas tiveram após 30 anos o clássico Rio Branco x Desportiva decidindo o campeonato estadual, a Sesport também fez jogo duro. Na época o motivo era outro: a cobrança de R$ 95 mil para a realização do jogo. Só depois de uma verdadeira mobilização política o estádio foi liberado.
O mais absurdo é que, só em 2016, já jogaram no Klébão Flamengo, Vasco, Botafogo, Fluminense, Seleção Brasileira. Quase todos os jogos com grande público, possivelmente até maiores do que o número de torcedores que os humildes times capixabas poderiam levar às arquibancadas.
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