Por Ayanne Karoline
Depois de constituir sua base industrial e se consolidar em serviços, a Serra poderá entrar no cenário dos negócios de petróleo e gás. É que um porto para operações offshore (na tradução literal: afastado da costa) poderá ser implantado na Praia de Carapebus, nas proximidades da área da ArcelorMittal, que conta com o Porto de Praia Mole. Sem um cronograma definido, o investimento é avaliado em R$ 300 milhões, o complexo tem previsão de funcionamento para quatro anos e vai gerar 2.200 empregos diretos.
Com uma retroárea de 130 mil metros quadrados, o porto é destinado a empresas da cadeia de suprimentos e de serviços industriais voltadas ao atendimento offshore de exploração de gás e petróleo. O projeto faz parte do novo Plano de Desenvolvimento da Serra, anunciado pela Prefeitura.
A justificativa do investimento é que um porto ligado às demandas das operações de exploração de gás e petróleo aumentará a competitividade da Serra na atração e expansão de negócios no setor.
O secretário de Desenvolvimento Econômico da Serra, Erly Vieira, explica que uma revisão de investimentos e redução de projetos, por parte da Petrobrás, adiou o início das obras, marcado para este ano. “No momento, estamos preparando materiais, vendo localização e fazendo algumas negociações preliminares. Hoje, infelizmente, este assunto está sem prazo”, lamentou.
Atualmente a Serra dispõe de uma boa rede de infraestrutura e local adequado para as instalações portuárias. De acordo com o projeto inicial, o novo porto poderá operar também como terminal para recepção e armazenamento de graneis líquidos e para reparos de barcos e navios. “Todo porto precisa de local para estocar equipamentos e materiais e a cidade tem bons espaços para área retro portuária. O Terminal Industrial e Multimodal da Serra (TIMS) já presta esse serviço à Petrobras”, lembra Vieira.
Investimento no setor de US$ 16 bi até 2018
No primeiro semestre, o Governo Estadual anunciou uma redução nos investimentos do setor de petróleo e gás. Anteriormente anunciado como R$ 129 bilhões, o montante a ser aplicado foi recalculado em R$ 80 bilhões. Um dos fatores para o corte, segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico da Serra, foi a revisão de projetos da Petrobras.
Mesmo assim, a cadeia produtiva do setor é forte. Só em 2013, no Espírito Santo, foram produzidos 305 mil barris de petróleo por dia. Dados divulgados pela Petrobras apontam uma previsão de investimento de US$ 16,2 bilhões no Estado em exploração e produção de petróleo, no período de 2014 a 2018.
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