Carretas com pedras fogem de balança e prejudicam morador

Imagens capturadas por moradores em 2015: problema não foi resolvido. Foto: Divulgação leitor

Gabriel Almeida

Os problemas com transporte de rochas ornamentais vão muito além dos trágicos acidentes que só este ano já mataram mais de 34 pessoas no Estado e fazem parte do dia a dia da comunidade de Muribeca na zona rural da Serra.

É que a estrada que corta a localidade continua sendo usada por carretas que puxam as pedras e que usam a via para fugir da balança, operada pela Polícia Rodoviária Federal, na BR 101 em Belvedere.

Além dos veículos danificarem a via e gerarem barulho até de madrugada, há também muita poeira. Isso é o que afirma a moradora de Muribeca, Alcinéia Pimentel Ramos. Segundo ela, o problema é antigo e nunca é resolvido.

“Essas carretas destroem a estrada de Muribeca e atrapalham o trânsito dos moradores. Várias vezes os ônibus não conseguem passar por causa de uma carreta que quebra na estrada”, afirma.

A moradora ainda disse que a circulação de carretas depois das 22h é maior. “Elas passam durante o dia no bairro, mas de madrugada a circulação dos veículos é muito mais intensa e as pessoas que moram próximo a estrada acordam com o barulho desses veículos”, explica.

Em fevereiro de 2015, Tempo Novo fez reportagem sobre o mesmo problema na região. Na ocasião a assessoria de comunicação da Prefeitura da Serra disse que seria feito um estudo do atual aumento de fluxo de trânsito na região para avaliar a necessidade de tal proibição, já que a estrada é de competência do município.

Mais de dois anos depois, a Prefeitura disse que o estudo ainda está sendo feito para que o município, por meio de parceria, coloque obstáculos físicos na estrada para impedir o tráfego de veículos com peso acima de 15 toneladas.

Já a Policia Rodoviária Federal (PRF) disse que desenvolve intensa fiscalização de excesso de peso nas rodovias federais de todo o País e que por esse motivo os condutores adotam práticas, como essa do desvio, para burlar as ações da Policia. A PRF disse ainda que compete aos entes municipais e estaduais o endurecimento nas fiscalizações.

A reportagem entrou em contato com o Sindirochas (Sindicato das Indústrias de Rochas Ornamentais), mas este não se pronunciou até o fechamento dessa edição.

 

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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