Em meio a incêndios que destroem o Pantanal e a Amazônia no Brasil, o governador Renato Casagrande (PSB), criticou, nesta segunda-feira (21), o “negacionismo” do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o assunto e cobrou ações de combate às queimadas. O grave cenário de incêndios florestais acomete o bioma há cerca de dois meses, mas segundo Bolsonaro “o Brasil está de parabéns na preservação do meio ambiente”, frase dita em discurso público.
De acordo com Casagrande, o Governo Federal tem agido de forma errada. “A destruição da cobertura florestal nos diversos biomas está aumentando dia a dia. Desmatamentos e queimadas ilegais tem crescido e, até agora, o Governo Federal tem adotado, mais uma vez, uma atitude negacionista com relação ao grave problema”, afirmou o governador através de suas redes sociais.
Conforme já informado anteriormente pelo TEMPO NOVO, nas últimas semanas, as queimadas no Pantanal viraram um dos assuntos mais comentados no Brasil, além de repercussão de celebridades internacionais. O fogo também chegou em terras indígenas. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), até 15 de setembro de 2020 já foram detectados 15.477 focos de incêndio, o maior registro desde o início da coleta dessas informações, em 1998, representando um aumento de 213% em comparação ao ano de 2019.
A destruição da cobertura florestal nos diversos biomas está aumentando dia a dia. Desmatamentos e queimadas ilegais tem crescido e, até agora, o Governo Federal tem adotado, mais uma vez, uma atitude negacionista com relação ao grave problema. pic.twitter.com/22X7rHEKWY
— Renato Casagrande (@Casagrande_ES) September 21, 2020
Enquanto isso, senadores denunciam que houve um corte de cerca de 48% no orçamento federal de combate a incêndios. As multas do Ibama por desmatamento e queimadas caíram 22% no Mato Grosso do Sul e 52% no Mato Grosso, em comparação ao mesmo período de 2019. Um dos parlamentares que também critica as ações do Governo Federal é Fabiano Contarato.
“A situação é catastrófica e exige ação rápida do Estado em todas as esferas. Essa verdadeira política de destruição do meio ambiente exige a intervenção do Ministério Público, exercendo seu papel de fiscal da lei e de defesa intransigente da sociedade. O Pantanal está sendo consumido pelas chamas, mas o governo federal fica de braços cruzados. Estamos solicitando ao Procurador Geral da República que as medidas legais sejam devidamente tomadas, em especial a propositura da cabível ação civil pública ou de outra medida judicial ou extrajudicial”, afirma Contarato, presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal.