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Casagrande não cumpre nem 10% dos convênios suspensos com a Serra

A suspensão dos convênios foi o primeiro ato administrativo de Casagrande. Foto: arquivo TN

Em seu primeiro ato à frente do Governo do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) suspendeu todos os convênios firmados nos últimos três meses de mandato do ex-governador Paulo Hartung junto a prefeituras. Com a canetada de Casagrande, a Serra perdeu R$ 23,7 milhões em obras e compras de equipamentos. À época, o Governo afirmou que iria analisar os convênios e logo seriam repactuados. Entretanto, já próximo do meio do ano, o TEMPO NOVO apurou que, dos cinco convênios, apenas um foi repactuado e o valor não bate nem 10% do total.

O único convênio repactuado foi da Upa de Castelândia, que é para compra de mobília e equipamentos e tem valor fixado em R$ 2,1 milhões, que significa 9% do montante total de convênios firmados com o Município. O anúncio da assinatura do convênio foi em março e, de lá para cá, não se falou mais no assunto.

Entre os convênios que foram suspensos está o de estruturação do Hospital Materno Infantil que previa compra de equipamentos no valor R$ 8 milhões. Foto: Divulgação

Outros quatro convênios aguardam na fila para serem repactuados. São três obras visando à mobilidade urbana e uma para compra de equipamentos do futuro Hospital Materno Infantil. O TEMPO NOVO procurou a Prefeitura para se posicionar oficialmente, mas ainda não foi respondido. Entretanto, fontes extraoficiais ouvidas pelo jornal afirmaram que ainda não houve sinalização por parte do Estado para reassinar as parcerias. Já o Estado também foi procurado; porém, ainda não se respondeu aos questionamentos da reportagem.

A suspensão gerou muita insatisfação do prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), que na época se negou a devolver os cerca de R$ 8 milhões que já haviam sido depositados na conta do Município. Após negociações turbulentas, chegou-se a um acordo de que a Prefeitura devolveria os recursos já depositados e o Estado iria acelerar a repactuação das parcerias.

Situação da Norte Sul oferece riscos e prejuízos aos condutores. Recapeamento na avenida também está entre os convênios suspensos.

Em março, o TEMPO NOVO conversou com Casagrande sobre o assunto. “Já reassinamos o convênio da Upa de Castelândia. Nos próximos dias, vamos reassinar o convênio dos equipamentos do Hospital Materno Infantil da Serra. E vamos trabalhando com essa cautela, que é necessária nesse ano de 2019”, disse Casagrande, há cerca de 2 meses.

Os convênios da Serra que estão sob risco de serem inviabilizados:

  • Estruturação Hospital Materno Infantil, com aquisição de equipamentos, mobiliários, utensílios e demais materiais médico-hospitalares, sanitário e outros. R$ 8.272.862,39;
  • Execução de obras de recuperação de ciclovia, implantação de pista de caminhada, urbanização e paisagismo da Avenida Talma Rodrigues Ribeiro. R$ 7.077.032,66;
  • Urbanização nas Avenidas José Moreira Martins Rato, Rio Amazonas e Ciclofaixa na Rua Calixto Tamanini, e Implantação de Ciclovia e Recapeamento no Bairro de Fátima. R$ 3.628.193,52;
  • Recapeamento e implantação de ciclovia/ciclofaixa com adequações físicas de trecho da Avenida Norte Sul, trecho da Avenida Braúna até a Avenida Eudes Scherrer de Souza (Terminal de Laranjeiras), no Bairro Civit II. R$ 2.714.239,50.
Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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