Ayanne Karoline
Juntar dinheiro em meio à crise econômica atual não é fácil. Muitas famílias estão até tentando fazer alguma economia para pagar contas ou investir em algo para sair do vermelho. Foi o que aconteceu com o casal Ana Flávia e Ozeas Costa, que juntaram R$ 550 em moedinhas de R$1. Porém, o dinheiro não vai para o banco e sim para comprar livros.
Eles são moradores de Laranjeiras, na Serra, e irão participar do Impacto Esperança 2016 no Estado, no dia 14 de maio, onde serão distribuídos mais de 400 mil livros “Esperança Viva”. Destes, 550 serão doados pelo casal. A ação é promovida pela Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul.
Tudo começou há dois anos, quando eles viram a necessidade de se envolver no projeto missionário. “ Meu marido faz pequenos serviços em diversas residências. Enxergamos como uma oportunidade de levar uma mensagem de esperança e paz em cada casa que ele passasse”, conta Ana Flávia Costa.
A partir daí eles começaram a economizar. Todas as moedinhas de R$ 1 eram colocadas em um pote e a cada R$ 50 arrecadados, as moedas eram transferidas para uma bolsa. Em 2015 foram 400 livros comprados. Este ano, juntando há cinco meses, eles conseguiram comprar 550 e pretendem dobrar em 2017.
Mas nem tudo foi tão fácil. A crise que assola o país também incomodou a família. No último mês de abril, Ozeas viu sua demanda de serviços cair pela metade. “Ficamos apertados mas tínhamos a certeza de que Deus nos ajudaria sair daquela situação sem precisar mexer no dinheiro dos livros, que era separado para nosso sonho de mudar a vida de muitas pessoas”, lembra Ana Flávia.
E assim aconteceu. A situação melhorou, os serviços começaram a aparecer e o casal comprou as centenas de livros. Ana Flávia explica que metade das unidades será destinada à igreja de Laranjeiras, bairro que ela frequenta, para o dia do Impacto Esperança, enquanto a outra parte será distribuída nas residências que o marido entrar para trabalhar.
A iniciativa do casal chamou a atenção dos amigos, que também resolveram ajudar. Ana Flávia conta que foi pagar uma quantia à uma amiga, que logo lembrou das moedas e decidiu ajudar com uma parte também. “ A gente joga dinheiro foram à toa, deixa no fundo da bolsa ou no carro, e não imagina a diferença que isso pode fazer. Já vi gente juntando dinheiro para fazer muitas coisas, mas comprar livros para ajudar outras pessoas é a primeira vez”, revela Stéfanne Amorim, outra amiga do casal.