Que o ‘boom’ de Laranjeiras foi impressionante, ninguém tem dúvida. Mas o que o futuro reserva para o bairro? Empresários e especialistas apontam as tendências comerciais, imobiliárias e urbanísticas.
Para o comerciante Pedro Tozetti, do supermercado Dim Dom, a fase do ‘boom’ do comércio acabou. “Laranjeiras nunca será como a Vila Rubim. Vamos permanecer um centro comercial forte, pela localização privilegiada. Mas com a crise muita gente vai fechar. Creio que muitos lobbies vão acabar, quem têm duas ou três lojas na Central vai manter só uma. Se os incentivos do governo voltarem, o comércio volta a crescer”, opina.
Laelio Aquino, corretor de imóveis na região desde 1986, não crê em estagnação, apesar de haverem muitas salas comerciais vazias. “Laranjeiras é como Campo Grande, em Cariacica, ‘centro nervoso’ do comércio. O bairro continuará crescendo. O metro quadrado mais caro do município é na Avenida Central. Hoje há muitas salas vazias por conta do desaquecimento na economia, mas logo passa. Falta apenas um crescimento mais ordenado, como melhoria no estacionamento”, aponta.
O arquiteto e urbanista Dezil Moreira Henrique, entende que Laranjeiras precisa ser vista com mais ‘carinho’ pelas autoridades para não se tornar um centro histórico como a Vila Rubim, e perder seu potencial comercial para outras regiões.
“O Plano Diretor Municipal (PDM), foi muito modesto em alguns eixos. Há problemas para o empreendedor, limitações para construir e falta estacionamento. Se não mudar, os grandes empreendimentos serão atraídos para outras regiões e aqui só terão pequenos comércios. O valor do m2 já caiu nos últimos 2 anos e há muitos pontos vazios”, argumenta.
Ele acrescenta que foram feitas algumas alterações no PDM, que se encontra na Câmara, para melhorar. Sobre o paisagismo, Dezil afirma quer a Avenida Central já deveria estar mais humanizada. “O projeto de revitalização está parado. Falta incluir árvores e plantas ornamentais para refrescar e humanizar o local, senão o comprador procura ambientes mais aprazíveis, como shoppings. Quando o poder público investe no paisagismo e humanismo, o local cresce”, conclui.