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“Cerca de 73% dos internados no Jayme são do município”

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Rogério disse que usuários e funcionários viveram momentos de tensão quando um acompanhante de paciente foi assassinado no estacionamento do hospital no dia 09 de abril, em função de desentendimento envolvendo traficantes. Foto: Bruno Lyra

Bruno Lyra

O diretor geral do Hospital Estadual Jayme Santos, Rogério Griffo, fala sobre os desafios do maior hospital público do Espírito Santo, inaugurado em 2013 no bairro Morada de Laranjeiras. Gerido por uma entidade beneficente, a instituição virou referência regional em casos de traumas provocados por acidentes e pela violência. Confira.

O Jayme é um hospital público administrado pela iniciativa privada, através de uma concessão. Como funciona isso?

Antes da inauguração do Jayme a Aebes (Associação Evangélica Beneficente do ES) participou de um processo licitatório junto com outras instituições e ela foi a vencedora.  O contrato é até 31 de dezembro de 2017, quando deverá ocorrer outro certame. A Aebes tem uma boa experiência em gestão, como é com o Hospital Evangélico de Vila Velha, que foi certificado pelo nível de excelência com padrão de qualidade.  Também fazemos a gestão do hospital materno em Cariacica. E o Jayme é certificado com a ISO 9001. A Aebes é uma entidade filantrópica, sem objetivo de lucro, e por que faz isso? Queremos colaborar com a área de saúde, oferecer um SUS digno para os usuários.

Um hospital público funciona melhor se administrado por entidade privada?

É um modelo mais econômico. Por exemplo, comparando a gente com outro hospital público da Grande Vitória que não vou citar o nome, nosso orçamento anual é de R$ 168, 3 milhões e o outro 109 milhões. Temos 427 leitos, sendo 377 para internação, contra 191 do outro hospital.  Em 2015 fizemos 14.647 internações, contra 5.018 do outro. São três vezes mais do que o segundo hospital, apesar de só termos 60% a mais de orçamento. Por fim, nosso leito de internação tem custo diário de R$ 1.255 enquanto no outro é R$1.570.

Esse modelo de gestão é uma tendência na saúde pública?

Eu vejo como tendência. Agora, se vai ser multiplicado é uma questão mais de estratégia de governo. Sem dúvida é um modelo que permite um nível de qualidade interessante dos nossos atendimentos.

Quantos empregos o hospital gera?

Hoje temos 1.622 empregos diretos, 1.257 indiretos, com um total de 2.879.

São quantos atendimentos mensais e de quais regiões vêm os pacientes?
A nossa meta de pronto-socorro é de 6,5 mil atendimentos por mês, mas naturalmente ultrapassamos. E as internações giram em torno de 1.220/mês. A maior parte dos pacientes vêm da Serra, eles são 63% das internações e 73% dos atendimentos totais. Na sequência vêm os de Cariacica (7%), Vitória (5%), Vila Velha (4%) e de mais municípios do ES. De fora, vêm algumas pessoas de Porto Seguro, Vitória da Conquista e Salvador (Bahia); São Paulo; Belo Horizonte e Governado Valadares (Minas Gerais).

Dentre os atendimentos de emergência, quantos estão relacionados aos traumas no trânsito? E vítimas da violência?

Os acidentes de trânsito representam 22% dos atendimentos de emergência. E 26% são de vítimas da violência.

Há anos a Serra está entre as cidades mais violentas do mundo. Há três semanas mataram uma pessoa no estacionamento do Jayme e há relatos de tensão entre pacientes e funcionários quando chegam feridos de gangues rivais…

Temos um contrato de vigilância, que é uma empresa que faz uma segurança patrimonial, mas não entra nesses conflitos. Nas nossas portarias temos seguranças, e a presença deles inibe. Internamente nosso clima de trabalho é dado com mais tranquilidade, mas já houve momentos de tensão. Há questões que são da alçada da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), que manda viatura quando é preciso.  Naquele evento (do assassinato) de fato houve um clima muito tenso que foi debelado com o passar do tempo. Foi uma situação atípica, nunca tínhamos tido uma experiência desse tipo.

As doenças do Aedes Aegypti (dengue, zika e chikungunya) e o surto da gripe H1N1 aumentaram a demanda? 

Identificamos não necessariamente aumento de demanda por atendimento, mas um cuidado maior com os procedimentos para atender pacientes com essas doenças. Por exemplo, quando há suspeita de H1N1, o paciente é tratado com todas as precauções. Os empregados usam equipamentos de proteção, há ambientes de isolamento com filtragem no ar condicionado. Mas não somos referência no tratamento do H1N1.

No início de março 15 cirurgiões pediatras deixaram a Utin por desacordo entre a cooperativa médica e a Aebes. Como está essa situação?

Os atendimentos não foram comprometidos. Na verdade foi um período de 10 dias em que houve a paralisação do serviço. Mas as demandas foram tratadas, o que não pode ser tratado aqui foi transferido para outra unidade. O serviço foi normalizado com a mesma equipe, houve um entendimento.

A crise econômica do país está aumentando a procura por atendimento no Jayme?

Sim, já identificamos aumento de 10% na procura. São usuários de planos de saúde que estão deixando de pagá-los porque perderam o emprego ou tiveram redução na renda, e agora buscam atendimento no SUS. Outra preocupação  é a queda de receita dos governos. Até agora não tivemos atraso no repasse das parcelas (o orçamento anual é escalonado em 12 vezes), mas negociações são mais intensas dos valores mensais. Por outro lado é que mostra um aumento de demanda e de recursos. Nós temos medicamentos com mais de 10% de aumento. Mas estamos fazendo o dever de casa.
Quais são os principais gargalos do Jayme Santos?

Uma delas é a gestão de custo. Fazer esse hospital funcionar com o valor que temos é um desafio. A qualidade do paciente aqui é o primeiro plano. Temos uma proposta para 2017 de estar no nível máximo de excelência.  Isso pressupõe ajustes de processos de melhoria contínua com acompanhamentos de indicadores estratégicos. Para nós é o grande desafio chegar em 2017, ao final desse contrato, entregar com alto índice de excelência. Nosso foco é a segurança da saúde do paciente. E que não seja desperdiçado nada. 

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