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Cerol e linha chilena: perigo para motociclista em tempo de pipa

Com a garotada na rua soltando pipa, muitos deles usando cerol e linhas cortantes, aumentam acidentes com motociclistas. Foto: Edson Reis

Por Clarice Poltronieri

Férias, vento, crianças, adolescentes e alguns até mais marmanjos na rua. Mistura perfeita para soltar pipa. Mas essa inocente brincadeira pode virar tragédia: nessa época aumentam os acidentes de motociclistas com linhas de pipa com cerol. Para piorar tem agora a temida linha chilena que, embora proibida, pode ser encontrada com facilidade.

O cerol é uma mistura de pó de vidro e cola, enquanto a linha chilena pode trazer em sua composição pó de quartzo e alumínio, e ambos são usados para cortar a linha do adversário. Estas linhas podem levar o motociclista a ter lesões graves, ou mesmo à morte quando atingem o pescoço.

Flávio Ferreira Siqueira, de Barcelona, por pouco não sofreu um corte mais sério. “Há uns dois anos eu passava de moto próximo à praça de um bairro daqui da Serra e senti um puxão na gola da minha jaqueta. Pus a mão para tirar e era uma linha de pipa com cerol. Cortou minha mão, mas estava devagar e não precisei de pontos. Em época de pipa ando mais precavido, até porque também já quase atropelei um menino que corria atrás de uma”, lembra.

A presidente do Praia Serra Motoclube, Wildineia Rabello, de Jacaraípe, conta como fazer para se prevenir. “Nessa época tem muitas pipas. Em bairros altos é mais intenso, como perto da BR 101. Não temos caso de acidentes no grupo, mas uns usam protetor de pescoço, outros antena ‘corta pipa’. E ainda fazemos campanhas de conscientização nas redes sociais”, acrescenta.

Nesta semana, foram três casos de acidentes com motociclistas envolvendo linha de pipa na Grande Vitória. Dois jovens sofreram cortes no pescoço, um levou seis pontos, o outro, 22. E uma mulher teve parte do dedo arrancado.

Fabricar e comercializar cerol ou produto semelhante para linhas de pipa é proibido pela Lei Estadual Nº 8.092/2005. A assessorias de imprensa da Polícias Civil e Militar informaram que para denunciar pessoas com cerol ou linha chilena, o Ciodes deve ser acionado. O número é 190. Disseram ainda que a fiscalização dos estabelecimentos que vendem cerol e linha chilena deve ser da prefeitura.

A assessoria de imprensa da Prefeitura diz que o município fiscaliza o comércio da Serra, inclusive nos finais de semana.

 

 

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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