O capixaba que nunca entrou em um coletivo do sistema Transcol e se deparou com algum passageiro ‘pregando’ sobre sua religião ou vendendo algum produto que atire a primeira pedra. A cena é muito comum e se repete todos os dias dentro dos ônibus e também nos terminais, mas é proibida e a promessa da Ceturb é apertar o cerco contra quem pratica estes atos.
Incomodados com isso, serranos e usuários do Transcol entraram em contato com o TEMPO NOVO para reclamar sobre as manifestações religiosas e vendas de produtos dentro dos ônibus. Isadora Santos é uma das que utilizam os coletivos e se incomoda com esses atos.
“Acordamos cedo para ir ao trabalho e temos que se deparar e aceitar essa situação. Pessoas que vão pregar, maioria são evangélicos, ficam gritando dentro dos coletivos e pregando sobre sua crença. Isso incomoda, já que nem podemos reclamar porque se não eles falam que estamos com um ser maligno no corpo. É tenso”, afirma.
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Já Bárbara Medeiros, reclama da quantidade excessiva de vendedores ambulantes dentro dos coletivos. “Entram pelo menos de três a quatro vendedores em uma única viagem de Vitória a Laranjeiras. Concordo que todos precisam ter um meio de ganhar seu dinheiro para sustentar a família. Mas alguns vendedores, agem coagindo os passageiros. Eu mesma já fui coagida a comprar uma escova de dente, não comprei porque não tinha dinheiro no momento e o rapaz queria me obrigar a comprar, chegou a sentar do meu lado e me perguntar porque eu não compraria”, conta.
E essa não foi a única situação constrangedora que Bárbara teve que lidar. “Numa outra estava de fone de ouvido e não ouvi o vendedor falando comigo. O cara gritou e me chamou de retardada, perguntou se eu estava vivendo no mundo da lua. Não sou contra a venda de produtos, mas acho que os vendedores precisam respeitar mais a vontade do passageiro de querer ou não pegar o produto ou de comprar ou não determinada coisa”, disse.
Idalina Bonelli é outra que reclama da imposição dos vendedores e pregadores. “Peguei um ônibus em Nova Almeida uma vez onde um pastor entrou e começou a pregar. Algumas pessoas reclamaram e começou uma discussão, ele disse que quem não tivesse gostando, que ele não tinha medo de cara feia. É uma situação meio constrangedora, porque muitas vezes, estamos cansados e temos que ouvir uma determinada coisa que não estamos querendo naquele momento”.
O que diz a Ceturb
O TEMPO NOVO entrou em contato com a Ceturb, que por meio de nota, afirmou está apertando o cerco contra quem pratica essas ações. Disse ainda que a comercialização dentro de ônibus e terminais não é permitida. Além disso, “em função do Estado ser laico, também não são permitidas ações religiosas”, disse por meio de nota.
A Ceturb ainda garantiu que agentes da Companhia fazem a fiscalização e nos ônibus a orientação é para que motoristas e cobradores interfiram. Apesar disso, a Ceturb garante que recebe poucas reclamações de usuários através do Disque Ceturb (0800 039 1517).
Um vendedor ambulante teve suas empadinhas derrubadas por um fiscal no Terminal Carapina, na Serra. A confusão aconteceu na manhã desta terça-feira (9) e chamou a atenção de quem circulava pelo local.
Pessoas que estavam no local, no momento do ocorrido, acusaram o fiscal de derrubar as empadas do jovem de forma intencional. Após o acontecimento, passageiros deram dinheiro para o vendedor ambulante que perdeu toda sua mercadoria.
Além disso, o jovem ganhou forte repercussão na internet, através de fotos e vídeos que foram espalhadas pelas redes sociais. Sobre o caso, a Ceturb confirmou por meio de nota que irá apurar o ocorrido.
Confira a nota da Ceturb na íntegra:
A Ceturb-ES informa que a comercialização de produtos dentro dos terminais ė proibida, conforme Decreto Estadual 3.549-R, de 2014, que trata do regulamento dos terminais. Além disso, a lei de licitações determina que espaços públicos sejam explorados mediante licitação. Dessa forma, a fiscalização da empresa aborda diariamente vendedores ambulantes que insistem em usar o espaço para comercialização.
Na manhã desta terça-feira (09), um ambulante, após ser abordado mais uma vez pela fiscalização, se recusou a sair. O fiscal segurou na alça da caixa que o vendedor levava e essa caiu no chão. Houve tumulto e a polícia foi acionada e todos foram para a delegacia para registrar o boletim de ocorrência. A Ceturb-ES vai apurar se houve abuso na conduta das partes envolvidas para adotar as medidas administrativas cabíveis.
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