A Serra é uma cidade festeira. No ciclo religioso rende homenagens a cinco santos diferentes: Nossa Senhora da Conceição e do Rosário; São Benedito, São Pedro e São Sebastião, responsável por deixar Nova Almeida ainda mais aprazível. Quando o assunto é festa popular, não poderia ser diferente. Descontando aquela parcela que aproveita para cuidar de questões de espiritualidade e fé, o carnaval toma conta da cidade. Iniciada oficialmente com o imperdível Banho de Mar a Fantasia, em Maguinhos, a folia se espalha por vários bairros e regiões.
Ritmos como marchinhas, congos e sambas de enredo – entremeados pelo axé amado por uns e odiado por outros – dão o tom da festa. São cerca de trinta blocos, sem contar os vinte do Banho de Mar. E três escolas de samba. Vivendo a realidade de Serra Dourada, onde o quase trintão “As Moças” é paparicado até por moradores não afeitos aos festejos de Momo, afirmo que a atual crise despertou no folião o desejo de se divertir ainda mais.
Ou seja, como diz o samba de 1983 do Salgueiro: “O carnaval é a maior caricatura/Na folia o povo esquece a amargura”. Mensagens nas redes evidenciam o desejo por uma brincadeira sadia. No carnaval, identifico na Serra a mesma animação de meus tempos de criança no Rio de Janeiro e o bairro Serra Dourada coirmão de Madureira pelo respeito à cultura popular.
Problemas infelizmente vão existir (acontecem fora do carnaval e até em festas cristãs). O importante é cada um fazer da principal festa popular brasileira um momento de diversão cercado no mais profundo respeito. Então, aos foliões: feliz carnaval! À turma determinada às orações: feliz Vinde e Vede! E sejamos todos felizes sem moderação.