Localizada na divisa entre Serra e Vitória, a planta industrial de Tubarão da Vale também não escapou dos alagamentos que atingem o ES por conta das fortes chuvas. Áreas da empresa foram inundadas entre a noite desta quarta-feira (13) e a madrugada desta quinta-feira (14). Com isso, aumenta o risco de vazamento de rejeitos, uma vez que já aconteceram em ocasiões semelhantes, atingindo praias, lagoas e até residências vizinhas à mineradora.
Em nota divulgada pela assessoria de imprensa, a Vale diz que “houve alagamento pontual em alguns locais da Unidade de Tubarão. A operação está sendo mantida com restrições, respeitando os limites de segurança de cada área”.
A nota diz ainda que a mineradora permitiu que funcionários das atividades administrativas trabalhassem em casa nesta quinta-feira, evitando deslocamentos pela Grande Vitória, para evitar translados em horários de pico.
A reportagem acionou o Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), órgão responsável pela licença ambiental da Vale, para saber se foi detectado extravasamento de materiais da área da empresa junto com a água da chuva. Assim que tiver retorno, publicará neste espaço.
Nos últimos cinco anos, houveram pelo menos três vazamentos de rejeitos em Tubarão durante chuvas intensas. Um deles foi na superchuva que atingiu a Serra na noite/madrugada entre 30 e 31 de outubro de 2014, quando rejeitos oleosos da oficina de locomotiva vazaram e caíram na lagoa Pau Brasil em Hélio Ferraz. Como a lagoa transbordou, o óleo invadiu as casas de moradores ribeirinhos. Na ocasião, a Vale chegou comprar eletrodomésticos para os atingidos e a empresa foi multada em R$ 4,6 milhões pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Serra (Semma).
O mesmo problema voltou a acontecer entre os dias 17 e 18 de maior de 2019, quando outra chuva intensa atingiu a Grande Vitória. Na oportunidade, moradores atingidos fizeram protesto na Av. Dante Michelini, em Vitória, perto da entrada da Vale, em protesto contra a mineradora.
Descarte em Praia Mole
Outro vazamento tóxico de Tubarão durante chuvas fortes aconteceu em 01 de dezembro de 2017. Um líquido avermelhado foi lançado por um canal de descarte na Praia Mole, perto da divisa entre Vitória e Serra. A então diretora presidente do Iema, Andreia Carvalho, disse na ocasião se tratar de rejeito contendo minério, calcário e betonita. A sujeira se espalhou pelo mar e, segundo moradores e surfistas de Carapebus, teria chegado até essa praia. Os órgãos ambientais não confirmaram essa informação.
ArcelorMittal
A ArcelorMittal Tubarão, cuja planta fica localizada ao lado da Vale e que também depende de insumos fornecidos pela mineradora, não está enfrentando problemas de alagamento. A informação foi passada às 12h desta quinta-feira (14) pela assessoria de imprensa da siderúrgica.