Bruno Lyra
Praticamente sem conseguir chegar à sua foz na baía de Vitória desde fevereiro do ano passado, as chuvas do último final de semana melhoraram a situação do rio Santa Maria da Vitória, que atende toda a Serra, zona norte de Vitória, Praia Grande em Fundão e bairros às margens da Rodovia do Contorno em Cariacica.
Tanto que, pela primeira vez em meses, o rio conseguiu ultrapassar a barreira com pedras feita pela Cesan (veja vídeo feito por Tempo Novo na manhã de hoje) e está conseguindo jogar água doce no seu trecho final, onde existem os manguezais do Lameirão na baía de Vitória.
A barreira com pedras fica no distrito do Queimado, zona rural da Serra localizada lado da divisa com Cariacica, onde a Cesan faz a tomada d’água no Santa Maria para abastecer parte da região metropolitana.
A reportagem esteve na manhã desta terça no local da captação. E foi possível perceber a subida da água na marcação da régua da medição de nível localizada na entrada do canal de tomada d’água.
Mesmo com a melhora a Cesan disse, através de sua assessoria de imprensa, que o cenário ainda é de alerta. Por isto manterá o rodízio na Serra e demais municípios atendidos pelo rio. E ainda pede que a população economize água.
A companhia estadual de saneamento não informou a vazão atual do rio. Disse apenas que, na última quinta –feira (29), a represa de Rio Bonito estava com 23% da capacidade. A medição foi feita antes das chuvas mais intensas, que começaram a cair na última sexta – feira (30).
A Represa de Rio Bonito fica no município de Santa Maria de Jetibá nas montanhas capixabas e foi construída para geração de eletricidade. Mas, desde fevereiro do ano passado, passou a reter água visando o abastecimento da Grande Vitória.
Já a Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh) parou de faze medições diárias na vazão do rio Santa Maria. Agora a agência só faz a medição semanal. A última delas foi feita na quarta – feira (28) da semana passada, também antes das chuvas, e apontava para uma vazão de pouco mais de 2,4 mil litros por segundo. Número bem abaixo do nível crítico, que é de 3,8 mil litros por segundo.