Ayanne Karoline
Nem os cabelos brancos ou as marcas do tempo no rosto apagam a alegria do casal Lívio Monteiro de Oliveira e Salete Reis de Oliveira, de 88 e 82 anos, respectivamente. Moradores da Serra há mais de 40 anos, eles revelam a felicidade de ter envelhecido por aqui e o prazer que possuem em viver. “Gostamos muito de Jacaraípe pelo clima. Praticamos ginástica e caminhadas ao ar livre. Isso é muito importante”, revela Lívio.
O casal faz parte de um público que é cada vez mais números na Serra e no país: os idosos – pessoas com mais de 60 anos. O último censo de 2010 do IBGE apontava que 7% da população da cidade tinha mais de 60 anos, o que dava na época 28 mil pessoas. Projetada para as estimativas atuais, que apontam uma população total de 502 mil, o número idosos já passa de 34 mil.
A tendência é que esse número cresça, assim como no Brasil. Segundo o órgão, em 40 anos, a população idosa deve triplicar no país, passando de 19,6 milhões (10% da população brasileira em 2010) para 66,5 milhões de pessoas, em 2050 (29,3%). Se a conta foi aplicada na Serra, até lá a cidade pode ter mais de 84 mil idosos.
Para garantir que a população “sênior” se mantenha, é possível encontrar algumas estratégias da cidade para proporcionar qualidade de vida e longevidade da população. Hoje, são mais de 1.500 idosos atendidos pela Prefeitura com serviços de convivência que levam atividades como yoga, educação física, esportes, teatro e música.
“Muitos idosos chegam com relatos de depressão, doenças e dores. Após se envolverem nos projetos, melhoram a qualidade de vida, a autoestima e autonomia”, relata a secretária de Assistência Social da Serra, Elcimara Rangel.
Construtora lança condomínio para o segmento
O público idoso mais abastado é a aposta de alguns negócios na cidade, como o ramo imobiliário. A acessibilidade é destaque no empreendimento Life Residence Jacuhy, projeto para a população da mais velha da Grande Vitória, que será lançado no próximo dia 28.
Dentre os cuidados com os senhores e senhoras está o piso com maior aderência nas áreas molhadas, parede e mobília sem quina viva, portas com 90cm de largura, espaço confortável entre o mobiliário, fechadura eletrônica, sistema anti-incêndio e detector de gás, pontos para câmeras e suíte com louças e metais adaptados.
“Tive que estudar sobre este conceito de moradia para desenvolver o projeto. Conversei com pessoas que se encaixam no perfil do empreendimento para saber as necessidades.”, comenta Daniel Mecchi, o designer de interiores que assina o projeto.
Anteriormente, foi realizada uma pesquisa a respeito do assunto, com pessoas entre 61 e 65 anos. O resultado apontou que os aposentados sonham em viver em um empreendimento imobiliário que tenha o sentido de comunidade, com comércio e a religião que pratica nas proximidades, se relacionando com pessoais do mesmo perfil social e econômico e, ainda, pagar um condomínio com valores mais acessíveis.