458 anos guardam a visão dos navegantes brancos que se localizaram indicando ao capitão: “Mestre, o alvo”. Não sabiam que batizavam nosso maciço mais imponente de “Mestre Álvaro”.
Aportados, acercaram-se da paisagem que lhes recordava Almeida, uma vila distante de Lisboa. Desta Nova Almeida seguiram próximo do ponto alto, e tementes à Santa Sé, fundaram em 8 de dezembro de 1556 a Aldeia de Nossa Senhora da Conceição da Serra, erguendo o templo da santa do dia e “da Serra” diferenciando homônimos. Contaram com o comando de Maracajá-guaçu (Gato grande), chefe Temiminó, junto com os homens-de-além-mar obedientes a Brás Lourenço, o jesuíta.
Tornou-se Freguesia em 1750 e cinquenta anos depois passa a ser Vila, junto com São José do Queimado, às margens do Rio Santa Maria da Vitória, onde fluía o entreposto que escoava produtos da região norte para o Porto de Vitória e recebia importados. Ali se deu a insurreição negra, de Chico Prego, Eliziário e do João da Viúva Monteiro contra o padre De Bene, que não honrou promessa de alforria aos escravos.
Na viagem de 1860, o Imperador Pedro II pernoita na Serra e no seu aniversário, 2/12/1875, concede ao Major Joaquim Pissarra, deputado provincial, o título de cidade pra Serra. Não será mais nem Vila, nem Conceição. Apenas Serra.
Nos anos vinte, a estrada de ferro Vitória-Minas corta o município serrano. Em seguida, vem a primeira rodovia ligando a capital à região norte capixaba, mudando por completo a geoeconomia da cidade. O Porto de Una, no Queimado, cai em desuso e declina a economia da Serra. A retomada vem nos anos 60, transferindo a importância rural para urbana. Do setor primário para secundário. Das lavouras para as chaminés. Por isso nesses dias de festas, rendemos homenagens: Parabéns, cidade querida.