Você já ouviu falar em herpes zoster? Também conhecido como “cobreiro”, essa infecção viral geralmente provoca bolhas e dor intensa em determinadas regiões do corpo. Mas o que muitos não sabem é que, mesmo após a cicatrização das feridas, o herpes pode deixar um legado devastador: a neuralgia pós-herpes zoster (NPHZ), uma das formas mais insuportáveis de dor crônica.
Essa condição ocorre quando os nervos, já danificados pelo vírus do herpes, continuam a enviar sinais de dor para o cérebro, mesmo muito tempo depois de a infecção ter sido controlada. E o pior: a dor pode persistir por meses ou até anos. Segundo o neurologista especialista em dor crônica, Ramon D’ Ângelo Dias, a NPHZ não é apenas uma ameaça à saúde física, mas também à vida profissional de muitas pessoas.
“Estamos vendo um aumento preocupante de pacientes com neuralgia pós-herpes zoster, e o impacto na qualidade de vida é devastador. Muitos pacientes relatam que a dor é tão intensa que mal conseguem se concentrar ou trabalhar. Em alguns casos, eles acabam sendo afastados do emprego”, alerta o médico.
O risco aumenta significativamente com o passar dos anos. Estima-se que cerca de 10 a 18% dos pacientes que têm herpes zoster desenvolvem a neuralgia crônica. “Essa dor pode ser incapacitante, tirando completamente a autonomia da pessoa e transformando até tarefas simples, como vestir-se ou tomar banho, em um verdadeiro desafio”, explica o neurologista.