Recheado de lideranças políticas do Espírito Santo, o evento que marcou a assunção da nova diretoria do Partido Liberal – Serra, (PL da Serra) foi um termômetro para a articulação do grupo. Sob a liderança do vereador Igor Elson, que é o novo presidente do diretório partidário na esfera municipal, a sigla promete organizar e aglutinar o bolsonarismo na Serra.
Estiveram presentes autoridades mandatárias como o senador Magno Malta (PL), deputados estaduais, entre os quais Pablo Muribeca (Patriota) e Danilo Bahiense (PL). Também registraram presença o deputado federal, Gilvan da Federal (PL), o vice-prefeito da Serra, Thiago Carreiro (Cidadania) e o ex-deputado federal Carlos Manato, entre outros.
Ao microfone, Igor não poupou críticas a atual gestão do prefeito Sergio Vidigal, de quem faz oposição na Câmara da Serra. Enalteceu a figura do ex-presidente Jair Bolsonaro e concentrou boa parte do discurso na temática do conservadorismo de costumes e nas pautas de direita, como não poderia ser diferente. Inclusive um trecho da declaração do vereador foi entendido por setores que defendem políticas públicas para a população LGBTQIA+, como de cunho homofóbico.
No trecho em questão, Igor se refere à configuração familiar de homem e mulher, que é utilizada pelo público conservador como referência da chamada ‘família tradicional’ em contraponto a união homoafetiva, o vereador disse que “querem inverter valores, colocar o que é normal como anormal, e o que é anormal como normal”.
A ativista Layza Lima Leopoldino, coordenadora da Aliança Nacional LGBTI+, usou as redes sociais para acusar Igor de promover um posicionamento “Lgbtifóbica” e prometeu acionar o Ministério Público.
Já o vereador, também utilizou das redes sociais para afirmar que a qualificação “anormal”, utilizada por ele, diz respeito a “desconstrução de políticas públicas de valores cristãos”.
A polêmica só reforça que a presença de uma célula organizada e estabelecida do bolsonarismo está fixada na cidade, e diante da significância eleitoral dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, Igor deixa de exercer somente a função de vereador, que por si só já tem expressividade política, para ser agora o chefe do partido de Bolsonaro na Serra.
Na prática é um passo importante visando a eleição de 2024. Durante o evento, Magno Malta apontou perseguição a bolsonaristas em um discurso com alto teor ideológico. Sobre a Serra, senador afirmou que o partido está nas mãos de Igor e que ele será o responsável pela condução partidária na eleição. A intenção é lançar candidato a prefeito e chapa completa de vereadores. Porém o senador foi objetiva em afirmar que o PL só fará aliança com quem comungar das pautas de direita conservadora e defende o ex-presidente Bolsonaro.