Ao lado do senador Magno Malta (PR), o deputado federal Carlos Manato (PSL) é o capixaba mais próximo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). Nessa entrevista Manato dispara contra políticos da Serra, que segundo ele, “pensam pequeno”. O deputado em fim de mandato também manda um aviso: a Serra terá um candidato do PSL para prefeito em 2020. No campo das relações com o governador eleito, Renato Casagrande (PSB), Manato disse que é “problema dele e de Bolsonaro” e que o PSL com quatro deputados estaduais fará parte da bancada de oposição ao Governo.
Como será a relação de Bolsonaro com o Espírito Santo e com o futuro governador Renato Casagrande (PSB)?
A relação de Bolsonaro com o ES nós vamos tentar fazer a melhor possível. A infraestrutura que o Estado, a ferrovia da Vale que vai até o Rio de Janeiro, duplicação da BR-262, conceder as licenças ambientais para os portos, vamos trabalhar por tudo isso, independente do governador. Agora, a relação de Casagrande com Bolsonaro é problema dele. Não quero saber do governador, quero saber do Governo do Estado do Espirito Santo, no que eu puder ajudar, vou ajudar. Casagrande disse que vai esperar o presidente sinalizar pra ele, eu acho que é uma posição dele de ficar esperando; eu não vou esperar o presidente me chamar, eu vou lá brigar pelo meu Estado; estou em Brasília agora.
Nos governos petistas o Brasil perdeu o Fundap. Tem chances de reverter?
Ele tem o compromisso de conversar com o Sindiex (Sindicato do Comércio de Importação e Exportação do Estado do Espirito Santo) para ouvi-los e tentar achar uma solução. Já tem esse debate e esse compromisso. Ele não disse que vai resolver, mas ouvir o setor e tentar ajudar.
Qual deve ser o seu futuro político a partir de 2019?
Estou reassumindo a Presidência do partido (PSL), vou preparar o partido para as eleições municipais no Estado todo para 2020 e depois 2022. Serei o articulador político de Bolsonaro no ES.
Tem algum sinal do grupo do Bolsonaro sobre o papel do Magno Malta?
Magno Malta é um amigo muito pessoal dele e eu acredito que o Magno deva ir para o Governo, não sei em que posto. Logicamente quando for se falar de Espirito Santo, estarei eu e Magno lá intercedendo pelo Estado, o que dá mais peso ao ES.
No orçamento de 2019 a Prefeitura da Serra já previu queda nos repasses da União. Como está sua relação política com Audifax Barcelos e pode ser o senhor o aliado do prefeito na busca de investimentos para a cidade?
A minha relação política com ele [Audifax] é zero; ele é da Rede, não tem relação com o PSL, não me ajudou para o Governo do Estado, muito pelo contrário, não tem relação com Bolsonaro; o partido dele é contra Bolsonaro, é contra o Governo federal, e a minha relação politica com ele é zero. Minha relação como pessoa é uma relação normal, tenho apreço por ele como ser humano, mas ele lá e eu aqui. O que puder ajudar a Serra, lógico que vou ajudar e a Dr(a) Soraya [Soraya Manato, eleita deputada federal tem o maior interesse em ajudar a Serra.
Nos bastidores políticos existem pessoas que mencionam o seu nome para disputar a Prefeitura da Serra, em 2020, chancelado pelo Bolsonaro. Esse debate está nos seus planos?
Eu vou debater todo o ES, inclusive a Serra. Eu tenho a missão muito grande que é crescer o partido como um todo. Eu sou uma pessoa diferente dos políticos da Serra. Sou político de grupo, que pensa em todo o grupo. Então eu tenho um grupo para comandar que acredita em mim. Não posso falar, ‘poxa, eu tenho convite, tenho muita gente querendo que eu seja prefeito da Serra, e outro grupo igual ou maior querendo que eu seja candidato a prefeito de Vitoria’. Mas sei que vai ser um projeto muito pessoal se eu deixar 77 municípios para trás; isso é uma característica muito de (Sergio) Vidigal; não é uma característica minha, eu penso muito maior que isso.
E quais os planos políticos para sua esposa, Dr(a) Soraya, eleita deputado federal?
Em 2022, Dr(a) Soraya Manato é candidata a deputada federal, acabou e pronto. Eu posso ser candidato a qualquer coisa ou a nada, mas não serei candidato a deputado federal. Ela não está guardando vaga para mim. Nós ganhamos a eleição juntos e eu tenho que respeitar; se eu não faço isso ai é um projeto meu, não é projeto de grupo. Ela tem mandato, ela venceu, vai ser uma grande parlamentar; eu não posso fazer isso, boto a minha mulher e na próxima eleição eu venho para federal e ela para estadual. Isso é pensar pequeno, é característica de politico serrano. Eu penso grande, penso macro e respeito àDr(a) Soraya.
Então podemos afirmar que o PSL vai apresentar candidatura a prefeito da Serra?
Com certeza o PSL terá candidato a prefeito da Serra em 2020, mas ainda é cedo para falar de nomes.
O PSL passará a ter a maior bancada na Assembleia no ano que vem. Como vai ser a relação dessa bancada com Casagrande?
Será uma relação de oposição, como eles (PSB) vão ser aqui (Brasília) a Bolsonaro, só que nós não vamos ser igual eles aqui, que são irracionais; vamos ser uma oposição racional; não vamos ser um Sergio Majeski da vida, que é uma oposição irracional. Falando nisso quero ver o que ele (Majeski) vai fazer agora que está no PSB. Então a nossa posição é de fiscalização. O que for bom para o ES os nossos deputados serão os primeiros a votar favoravelmente.