Yuri Scardini / Gabriel Almeida
Após passada a tormenta das graves denúncias entre vereadores de oposição liderados pelo presidente da Câmara Rodrigo Caldeira (Rede) e o prefeito da Serra, Audifax Barcelos (Rede), à crise institucional na Serra sai dos holofotes públicos e flui pelos bastidores. A ala de batalha agora é em cima do suplente Wanildo Sarnáglia (Avante), que pode ser decisivo na balança interna do plenário.
Wanildo é suplente do vereador Nacib Haddad (PDT), que foi afastado pela Justiça em uma ação movida pelo Ministério Público que o acusa de formar cartel de empresas para ganhar licitações. Denúncias que Nacib nega. Acontece que na última sexta-feira (03) o Tribunal de Justiça negou o pedido de habeas corpus de Nacib, que deve dificultar seu retorno de curto prazo e faz com que Wanildo ganhe força para assumir a vaga.
Em coletiva no início de abril, Audifax acusou a Câmara de estar mancomunada com o crime organizado com o objetivo de derruba-lo do cargo. Já Caldeira nega as acusações e aponta calúnia do prefeito.
Nas últimas duas semanas a Câmara abriu 4 comissões para investigar o prefeito a partir de denuncias de um ex-assessor da própria Câmara e que no limite podem cassar Audifax. Para isso, os oposicionistas precisariam de 2/3 do plenário, o que equivaleria a 16 parlamentares. Sem Nacib, a oposição cai para 15 vereadores e por conta desde contexto, Walnildo poderia ser um pendulo para enfraquecer o movimento de oposição ou para fortalecê-lo.
A reportagem falou com Wanildo: “Primeiro é a vontade de Deus. Eu não provoquei nada ainda, mas como tem uma vaga lá aberta eu vou provocar, mas tenho que esperar o prazo certo que eu não sei qual, já que estou fora desse negocio. Sou o primeiro suplente, mas se não me chamarem essa semana eu vou entrar com o processo para assumir a vaga”.
Na semana passada, o Tempo Novo já tinha conversado com ele, na ocasião ele cobrou de Caldeira a nomeação: “É um direito meu (ser convocado). Vou esperar a decisão judicial determinar o afastamento dele definitivo (que ocorreu na última sexta-03). Não adianta eu entrar lá e ter que sair alguns dias depois, eu vou esperar. É obrigação do presidente da Câmara (Rodrigo Caldeira) me convocar, os cargos comissionados já foram exonerados, então a obrigação é do Caldeira me convocar, isso se ele tiver interesse né”, disparou Wanildo.
Nos bastidores sabe-se que o grupo de oposição vem fazendo investidas em Wanildo no sentido de integra-lo ao movimento contra Audifax. Segundo um vereador que pediu anonimato: “Só vão convocar ele (Wanildo) se ele rezar a cartilha da oposição, foi assim com Fabão (suplente da vereadora afastada Neidia Maura)”, disse.
A reportagem procurou a Câmara para se posicionar, mas não houve retorno.