A Reforma ministerial do Governo Lula está dando o que falar, isso porque as novas vagas foram abertas para os partidos que integram o chamado ‘Centrão’. De acordo com avaliações nacionais, a intenção do presidente da República é aumentar a base de apoio no Congresso Nacional, já que são necessários 308 deputados para aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) e, atualmente, entre as siglas fiéis, esse número estaria girando em torno de 280 parlamentares.
Recentemente, foram integrados ao Governo o Republicanos e o Partido Progressista (PP), com os anúncios ocorridos na última quarta-feira (06). O deputado André Fufuca, do PP-MA, vai assumir o Ministério do Esporte, e o deputado Silvio Costa Filho, do Republicanos-PE, será o comandante do Ministério de Portos e Aeroportos. A repercussão dessas articulações já chegou ao Espírito Santo. Isso porque o presidente estadual do PSDB, deputado Vandinho Leite, lamentou a debandada de partidos para o governo petista. Vandinho teme que os tucanos fiquem isolados na oposição a Lula. Em ofício encaminhado para o Diretório Nacional, ele reafirmou que o PSDB capixaba é favorável à permanência no bloco de oposição, mesmo que ele fique reduzido com a mudança de postura do PP e Republicanos.
“O Centrão é muito vulnerável à articulação do Poder Executivo, mas o PSDB é oposição orgânica ao PT desde a redemocratização do país. O PSDB implantou o Plano Real e o Sistema Único de Saúde (SUS) com o PT tentando boicotar. Não é esse tipo de oposição que fazemos, e sim no campo das ideias, independente da autoria de tais ideias. Debatemos o mérito e não o autor da ideia. Nesse sentido, nós aqui do Espírito Santo entendemos que a ida do Republicanos e do PP para a base de Lula enfraqueceu o bloco de oposição, já que são bancadas grandes. Ainda assim, o PSDB nacional, junto com seus diretórios estaduais, está convicto de que devemos ser uma voz de oposição ao PT”, disse Vandinho.
Vandinho afirmou que o projeto econômico do PT para o Brasil, que privilegia o controle estatal sobre o mercado, é uma ideia defasada. Além disso, o deputado criticou as pautas ligadas a costumes, que, na visão dele, confrontam a unidade familiar cristã. “O Brasil precisa de uma ampla agenda reformista, e o PSDB não concorda com a ideologia petista. Contávamos com um bloco de oposição forte, para poder incluir, adaptar e corrigir erros que podem atrapalhar o país. O partido vai continuar com esse objetivo, mas, evidentemente, com o PP e o Republicanos indexados ao Governo, vamos ter mais dificuldades”, disse Vandinho, que ironizou: “Daqui a pouco só vai ficar o PSDB na oposição”.
O presidente estadual do PSDB, Vandinho Leite, ainda afirmou que, localmente, já existe a vedação de qualquer tipo de aliança política com o PT no Espírito Santo. Ele estima que essa prerrogativa seja ampliada pelo Diretório Nacional a todos os diretórios estaduais do país, visando as eleições municipais de 2024. “Temos veto ao PT no Espírito Santo. Os filiados e futuros filiados do PSDB que participarem da eleição de 2024 já sabem que essa é uma condição determinada pela Estadual. O perfil dos nossos candidatos vai na contramão do petismo, seja na questão da corrupção ou na questão econômica de intervencionismo, altas taxações e aparelhamento do Governo. Mas, sobretudo, nas pautas de costumes, que agridem frontalmente as prerrogativas morais pelas quais o PSDB entende que a sociedade deve caminhar”, finalizou Vandinho.
Na Serra, Vandinho Leite também criticou a ausência de projetos de infraestrutura no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). Ele destaca que o Censo de 2022 revelou que a Serra foi a 12ª cidade do país que mais cresceu em número de habitantes, e por isso, necessita de maior atenção do Governo Federal. “Vemos o Governo relançando o PAC e, mesmo que nosso partido, o PSDB, tenha ressalvas sobre esse programa, em especial por ser usado como vetor de corrupção pelo PT, questiono: ‘Onde estão os investimentos para a cidade mais populosa do Espírito Santo?’ O Governo anuncia um programa trilionário de investimentos públicos, mas não vemos indicação de que esses recursos beneficiarão os moradores da Serra na forma de investimentos que melhorem a qualidade de vida”, declarou Vandinho.