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Comerciantes da Avenida Central cobram solução contra alagamentos

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Prejuízo: na última sexta-feira (18) a água invadiu lojas que não puderam mais trabalhar após o temporal. Em 30 de outubro de 2014 a enchente foi ainda pior. Foto: Ana Paula Bonelli 18/11/2016
Prejuízo: na última sexta-feira (18) a água invadiu lojas que não puderam mais trabalhar após o temporal. Em 30 de outubro de 2014 a enchente foi ainda pior. Foto: Ana Paula Bonelli 18/11/2016

Ana Paula Bonelli

Quem passa nos dias ensolarados pela Avenida Central de Laranjeiras, principal centro comercial da Serra, nem imagina o que acontece quando chove forte. A realidade para comerciantes do trecho que fica entre a antiga rotatória e o banco Bradesco é desesperadora. Isso porque bastam dez minutos de chuva intensa para que o local alague e a água invada as lojas.

Foi o que aconteceu na última sexta-feira (18), por volta das 14h30, onde cerca de vinte estabelecimentos sofreram com o problema. Muitos foram invadidos pela água e tiveram que fechar antes do horário normal de atendimento. Na maioria das lojas não houve prejuízo material, mas as vendas foram muito prejudicadas.

O gerente da Pisalle Calçados, Fabrício Mendes Chagas, diz que o problema piorou depois da revitalização da Central. “A culpa é do município que não planejou direito, tampou as bocas de lobo  e agora temos que conviver com este problema. Em 2014, a situação foi bem pior e nada foi feito para mudar a situação”, reclama.

Segundo Fabrício, quando começa a chover os vendedores já ficam de prontidão para elevar as mercadorias e fechar as portas da loja. “Tivemos que fechar às 15h para reorganizar tudo que colocamos para cima e ainda limpar a sujeira que a água trouxe”.

Outra loja afetada é a Elmo Calçados. “Já mandamos fotos, pedimos providências à Prefeitura e nada até hoje. Estamos abandonados. Sempre que chove forte é a mesma coisa. Precisamos de solução urgentemente”, alerta o gerente Júlio Roberto da Rocha, que teve prejuízo com sua moto, estacionada em frente à loja na hora da chuva.

Já o gerente da D+ Mix, Vagner Alcântara, conta que o prejuízo maior da loja foi com as vendas. “Em 2014 perdemos muitos equipamentos e mercadorias. Desta vez estávamos preparados. Quando começou a chover, já subimos calçados e roupas. Mas tivemos que fechar as portas às 15 horas, para limpar a loja e reorganizar tudo para o sábado”.

Outras empresas como Itapuã Calçados, Los Neto, MultiEletro e Império do Homem também tiveram prejuízo nas vendas.
Priscila Lopes, gerente da padaria Pão Mania, disse que o carro da proprietária ficou parcialmente submerso. “Ou salvávamos as mercadorias ou o carro. Foi tudo muito rápido, em 10 minutos a rua estava alagada. Um desespero. Isso precisa ser resolvido. Hoje a água não tem por onde escoar, não tem vazão”.

Limpeza na última semana
A Prefeitura da Serra disse que a precipitação de chuvas na última semana foi acima do esperado, o que gerou o acúmulo de água. A limpeza de bueiros no local é feita regularmente, incluindo na última semana. Caso o morador tenha demanda de bueiro obstruído pode acionar o Departamento de Limpeza da Secretaria de Serviços por meio do telefone: 3251-5879. A drenagem da Avenida Central segue para o córrego nas proximidades da Rua Rio Branco.

Perguntada sobre se há algum plano específico para melhorar a drenagem no local, o município não respondeu.

Arquiteto diz que solução é simples e viável

Desil Moreira Henrique, arquiteto urbanista, da D&R Arquitetura, diz que a solução é simples e viável e aponta alguns motivos para o problema.
“O bairro foi planejado para ter uma rede de drenagem pluvial menos densa. Quando havia só residências, a água da chuva escoava para os terrenos com quintais, ou seja, áreas permeáveis. Após o crescimento comercial, toda essa água vai para vias públicas, para o sistema de drenagem que foi feito somente para captar as águas das vias, o que ocasiona uma sobrecarga e a rede não suporta. Tudo isso com uma grande quantidade de chuva acarreta essa situação”, explica.

Para Desil, além de estar subdimensionada, a atual rede de drenagem não está tendo manutenção periódica, o que agrava os alagamentos.  “Em agosto e setembro devia ter manutenção para a chegada das chuvas. E é preciso abrir mais bocas de lobo, redimensionar rede ou fazer uma nova rede paralela a atual e até mesmo criar algumas galerias para receber estas águas e escoá-las suavemente”, aponta.

Comunicado – 05/11/2024 – 2ª edição

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