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“Como deputado federal estou à disposição do prefeito”

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O ex-prefeito Sérgio Vidigal disse que ainda não definiu como irá se posicionar para as eleições do ano que vem. Foto: Divulgação / Assembleia Legislativa

Yuri Scardini 

Esta semana o Tempo Novo entrevistou ex-prefeito da Serra e atual deputado federal Sergio Vidigal (PDT). Entre outros assuntos foram abordados as conjunturas da eleição de 2018 e a relação do deputado com o rival político e atual prefeito, Audifax Barcelos (Rede).

Como o senhor avalia esses meses do Governo Temer?

O país está em um momento que tem de dar um choque de moralidade e ética, e ai o que ocorre, o governo acaba limitado para faze-lo, por que muitos estão envolvido no processo da operação Lava Jato. Por isso todo dia tem um ministro caindo. Estamos acreditando na responsabilidade de todas as instituições. O Legislativo, o Judiciário, o setor produtivo, etc. Se esperarmos de braços cruzados que o presidente Temer traga resultados, vamos nos frustrar mais uma vez.

Com esta crise, como trazer recursos para o estado e para a Serra?

Nestes anos de deputado, liberamos para a prefeitura da Serra R$ 15 milhões de emendas. Só no Hospital Dório Silva foram R$ 2 milhões. Além disso, temos três Unidades de Saúde, três CMEI’s na Serra, ampliação, dragagem e pavimentação de ruas em Balneário Carapebus e Parque das Gaivotas em Nova Almeida. Temos também, uma emenda de bancada, e com apoio do Governo do Estado, que foi R$ 150 milhões, para o Contorno do Mestre Álvaro, que uma parte já está depositada. E ainda conseguimos manobrar no orçamento, a destinação de R$ 15 milhões para o novo aeroporto de cargas da Serra. Se você fizer a conta, temos destinado à Serra quase R$ 200 milhões. Sendo minha individual de R$ 15 milhões.

Como está essa questão das suas emendas junto a prefeitura?

Estamos cobrando a prefeitura da Serra, por que eu destino emenda para alguma coisa e aí a prefeitura vai lá e modifica, ela não aplica o recurso de acordo com o que foi definido pelas emendas.

Sobre as eleições de 2018, como o senhor acredita que o PDT vai se posicionar?

A primeira coisa que os partidos tem de fazer é resgatar a credibilidade do homem público. Os partidos precisam enxergar que não é apenas montar chapa, mais sim como se comunicar com a sociedade.  Não vou longe, aqui na Serra mesmo, se você observar, de 1988 para cá, houve uma deterioração da qualificação dos nossos parlamentares, e isso não é só na Serra, é no Brasil inteiro. Esses movimentos de renovação política, em vez de tirar os maus políticos, estão invertendo, os bons estão saindo e os com vícios antigos estão voltando. Além disso, o PDT terá candidato à presidência da república, e como partido temos de formar quadros. Vamos trabalhar nesse sentido, nesse 1 ano e meio.

Qual tamanho do quadro de mandatários do PDT hoje?

Maior número de vereadores no ES, e terceiro em números de prefeito, de deputado estaduais temos a segunda bancada na Assembleia, com 3, e um deputado federal. Somos o segundo maior partido filiado no Espírito Santo, e vai utilizar nossa estrutura para fortalecer o Ciro Gome em 2018.

Como está a relação do partido com o Governo do Estado?

Uma coisa que a gente preza muito é a lealdade. Não existe em nenhum momento por nossa parte posicionamento de mudança de rumo inesperado, estou do lado de cá e não vou para o lado de lá sem dar seta. Nesta crise o Governo do Estado tem sido uma referencia até em nível nacional. Todo Governo tem suas falhas, eu defendo que não perca o foco das políticas sociais.

E sobre os seus planos para eleição?

Na verdade, eu tenho de ser honestos. Não sentei ainda para fazer os planos em relação a mim. Estou em um momento de reflexão. Vamos discutir um pouco mais para o futuro, se serei e em que serei candidato. Para a gente que não precisa da política, temos profissão, precisamos fazer essa reflexão. E assim, precisamos voltar a ter prazer em fazer política no Brasil.

No meio político, alguns dizem que com a derrota nas eleições de 2016, a tendência é de o senhor entrar em um declínio política, como avalia isso?

Foi uma disputa acirrada, decidida na margem de erro, numa campanha onde a falta da transparência da verdade foi muito utilizada, e a prova está ai. O déficit da prefeitura nem se compara com o que foi herdado em 2013. A perda da qualidade e oferta de serviço e capacidade de investimento. O setor produtivo vive um desalento. Se eu me mantiver na vida pública, eu vou fazer de forma não somente focado na Serra. Eu não tenho dificuldade em parar, tenho convicção que o legado está ai. O que acho ruim na Serra é essa política de “aonde é melhor para mim”, não estamos preocupado aonde é melhor para o povo. Os políticos fazem atos ruins e depois querem transferir a culpa e não assumir o que fez.

O senhor já deixou claro que não há espaço para reconciliação no relacionamento pessoal entre você e o prefeito Audifax. Mas no âmbito administrativo não teria impedimento em vocês manterem contato. Como isso pode acontecer?

Não vejo dificuldade. Eu defendo que a Serra tem de mudar o rumo de desenvolvimento, e eu como deputado federal estou a disposição do prefeito. Estou à disposição para utilizar meu mandato. Nunca falei para os vereadores do PDT votarem contra os projetos do Executivo. Sobre o ponto de vista político, não há clima, por que nestas eleições mesmo, me acusaram de nepotismo, corrupção, desvio de dinheiro público, quer dizer, como eu me sentiria em fazer qualquer aliança política. Quem fechou a porta foi ele, e vou respeita, vou buscar outra porta para caminhar. Administrativamente eu estou à disposição para contribuir, não depende de cargo do governo, nada. Agora eu não posso sentar sorrir e abraçar alguém que abriu um monte de processo contra mim, eu estaria desqualificando mais ainda a política, tudo na vida tem limites.

Nos últimos dois anos como deputado, várias questões como Contorno do Mestre Álvaro, Hospital Dório Silva, questões viárias, entre outras, foram colocadas. O prefeito Audifax, em algum momento te chamou para conversar sobre algum assunto?

Não, ele nunca me procurou, até os ofícios ele manda depois do prazo que a emenda expirou, eu faço contato com a equipe dele, fizemos assim nas questões que envolvem a Saúde por exemplo. Na adaptação das emendas, peço minha equipe para conversar diretamente com a equipe dele, não podemos perder os recursos, e a única coisa que ouço é pelo jornal, falando em grupo fechados, convites institucionais, de trabalho e demandas da cidade. Eu não tenho motivos de querer mal para cidade, foi eu que apresentei à cidade, eu não iria penalizar uma população por ordem pessoal. Uma coisa é se é bom para mim, outra é para a Serra.

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