Comunidade pede ajuda ao Ministério Público contra atraso em obra de esgoto

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Lideranças e moradores da região de Carapebus cobram a conclusão das obras para acabar com cenas como esta, do esgoto correndo para lagoa do Baú. Foto: Fábio Barcelos

Bruno Lyra

O atraso nas obras de esgoto que se arrastam há quatro anos e a crescente da poluição das lagoas na Área de Proteção Ambiental (Apa) de Praia Mole geraram reação de lideranças comunitárias da região de Carapebus. Na tarde da última quinta-feira (13) representantes das associações de moradores dos três bairros que compõem a região entraram com uma representação no Ministério Público Estadual (MPES) pedindo que o órgão cobre da concessionária a conclusão das obras.

Presidente da Associação de Moradores de Praia de Carapebus, Anderson Soares, disse que o Ministério Público também deverá ser acionado, já que o esgoto está afetando as praias, quando há comunicação entre o mar e as lagoas.

“As obras começaram em 24 de janeiro de 2014 pela empreiteira Sistemas Energéticos Renováveis LTDA. No fim daquele ano a empreiteira abandonou a obra. Só depois de muita reclamação dos líderes comunitários é que nova licitação foi feita, a obra foi reiniciada em 22 de fevereiro de 2017 pela Conteck. A previsão era entregar em maio. Mas agora a Cesan não dá prazo parta terminar”, detalha Anderson.

Segundo Anderson, vários moradores ligaram o esgoto à rede inacabada. E com isso os resíduos acabam vazando nos pontos mais baixos e descendo para as lagoas do Baú e Carapebus. “Falta uma comunicação mais eficiente da Cesan para avisar as comunidades que não podem ligar o esgoto ainda. É visível a piora nas lagoas, que estão com as águas escuras, fedidas e tendo crescimento excessivo de vegetação aquática. Isso dentro de uma Apa”, frisa Anderson.  

Subscreve a representação entregue ao MPES o presidente da Associação de Moradores de Balneário Carapebus, Jefferson Fernandes. “Só aqui no bairro são 12 mil moradores. Já foram construídas duas elevatórias de esgoto e estão previstas outras duas. O pior é que não temos nem previsão de término para uma obra que já deveria ter sido entregue”, reclama.

Também assina o pedido de ajuda ao MPES a líder comunitária do bairro Lagoa de Carapebus, Maria da Glória Torres “Cada dia mais um morador liga a rede de esgoto inacabada porque as fossas estão sobrecarregadas, fazendo quintais ficarem encharcados. Houve até desabamento de uma casa por conta disso. Aqui no bairro há esgoto correndo a céu aberto nas ruas e nos lotes. É uma situação horrível, de chorar”, desabafa.

Através de sua assessoria de imprensa, a Cesan disse que está dando sequência às ações para conclusão da obra que possibilitará o início das operações das duas principais elevatórias do sistema de esgotamento sanitário da região. A previsão é que até o fim do ano serão finalizadas as ações. Quanto às ligações diversas reuniões e esclarecimentos foram feitos aos moradores para conscientização.

Desde janeiro de 2015 a Cesan gere o esgoto da Serra junto com a empresa privada Ambiental Serra (ex-Serra Ambiental), através de Parceria Público-Privada (PPP). Mas segundo os moradores essa obra não tem participação da Ambiental Serra, pois a primeira licitação ocorreu antes da vigência da PPP.

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Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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