Por Jamir Malini
Quanto mais as pessoas insistirem em entrar para a política para fortalecer esse ou aquele grupo, mais distantes estaremos do propósito nobre da atividade, que é a união de esforços para o bem estar coletivo.
Os guetos são sinais perturbadores de que estamos andando para trás na política, onde os currais eleitorais sobrevivem apesar dos discursos modernos. A triste realidade é que ainda tem muito coronel travestido de bom moço em nossos rincões.
Os avanços da ciência e da tecnologia são incontestáveis, até gente já se faz em laboratório. A velocidade da tecnologia chega assustar – da noite para o dia o que era novo ontem, se torna defasado no dia seguinte. Mas e o desenvolvimento humano, em qual patamar ele se encontra hoje?
A julgar pela violência, que cresce sem parar, é fácil constatar que ficamos para trás. O nosso progresso espiritual parou no tempo, continuamos assistindo seres humanos investindo contra seres humanos, numa guerra sem o menor sentido e que contraria os princípios cristãos que quase todos pregam.
Na política, a figura do conciliador é motivo de gozação, o mercado continua valorizando os valentões, aqueles que têm sempre uma palavra áspera para adornar os seus discursos e provocar a ira de seguidores enfurecidos que continuam querendo ver o sangue, como acontecia nas arenas romanas, onde se perseguiam e matavam cristãos, os conciliadores da época.
O valentão é forte; o conciliador, o fraco – triste inversão de valores que estamos vivendo…
Penso que a cooperação, o diálogo e o entendimento são as formas mais inteligentes de se obter sucesso em qualquer projeto coletivo, enquanto a disputa, o autoritarismo e o conflito representam o que há de pior na política e em qualquer outra atividade humana.
A cidadania brasileira amadureceu isso é um fato, o sofrimento sempre promove a elevação de consciências. A sociedade hoje está mais exigente e completamente atenta ao movimento dos guetos políticos que tantas rachaduras provocaram na nossa democracia e tanta dor trouxe para a população mais pobre principalmente.
Se não formos capazes de aprender pelo amor, é hora de aprender com a dor. O que se espera daqui para frente da classe política é mais maturidade nas ações, mais espírito de cooperação e respeito ao interesse público. Que o diálogo e a conciliação sejam as palavras de ordem do novo país que está nascendo, o Brasil pós-faxina.
Jamir Malini é Deputado Estadual, graduado em Administração de Empresas