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Condomínio da Serra é multado em R$ 212 mil por crime ambiental

O condomínio da Serra foi multado em R$ 212 mil por crime ambiental. Crédito: Divulgação

Um condomínio de casas de temporada foi multado em R$ 212 mil por causar desmatamento ilegal na Serra. O crime ambiental foi flagrado no distrito de Putiri, na zona rural da cidade, pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).

No local, houve supressão de vegetação de Mata Atlântica em Área de Preservação Permanente (APP) e queima sem autorização do Idaf.

Foram lavradas três multas para a empresa proprietária do condomínio:

  1. Por queimar 5.508 metros quadrados de vegetação nativa em estágio médio, sem autorização do Idaf;
  2. Por desmatar 22.149,09 metros quadrados de Mata Atlântica em estágio médio de regeneração;
  3. Por desmatar 20.140,28 metros quadrados de vegetação nativa em Área de Preservação Permanente (APP).

O Idaf informou ao Jornal Tempo Novo que as multas somam R$ 212.397,26.

No local do desmatamento ilegal foram construídos uma casa, três barragens irregulares e estradas de acesso pavimentadas. O desmatamento foi identificado por meio do sistema de alerta via satélite do MapBiomas. A empresa responsável pelo condomínio terá que recuperar o dano ambiental causado.

Área de Preservação Permanente (APP)

Área de Preservação Permanente, também chamada de APP, segundo o Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651/12), é uma área protegida, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade e a proteção do solo, além de assegurar o bem-estar das populações humanas.


Opinião do Tempo Novo: chácaras rurais viraram ‘febre’ na Serra

Crédito: Divulgação
Eci Scardini

Não é só em Putiri que áreas rurais estão se transformando em chácaras não. Dezenas de pequenas propriedades na região de Muribeca e Calogi também estão passando por esse processo de ‘fatiamento’, comprometendo o uso e ocupação do solo e a procura é grande, vende-se tudo.

Esse ‘fatiamento’ ocorre da seguinte forma:

  • O proprietário tem uma área que pode ser de 30, 40 ou mais hectares (cada hectare são 10 mil metros quadrados).
  • Ele contrata um topógrafo para fazer a planta da propriedade dividindo-a em chácaras que medem em torno de cinco mil metros quadrados.
  • Aproveita a estrada rural que passa na frente da propriedade e assim não precisa abrir estrada e perder área para esse acesso.
  • Feito o planejamento no papel começa a fase de venda das chácaras. O proprietário procura corretores, espalha placas e usa as redes socias para anunciar o ‘empreendimento’.

Tudo isso é feito na base do recibo, sem escritura e sem registro, pois a legislação só permite desmembramento de área rural de no mínimo 20 mil metros quadrados. O local se transforma em loteamentos de chácaras clandestinos; uma vez que eles não foram aprovados no Incra e nem na Prefeitura.

O ‘empreendedor’ não se preocupa com a preservação ambiental, com a infraestrutura, com as áreas públicas destinadas a construção de equipamentos comunitários e espaços públicos de uso comum. Só se preocupa com o lucro, uma vez que vendendo as chácaras o seu lucro é muito maior do que vendendo a área inteira.

A preocupação é que esses loteamentos de chácaras, feitos de forma irregular, possam se transformar em grandes favelas rurais e desencadearem uma série de problemas, como falta de infraestrutura, violência, sub habitação, entre outros. Exigindo do poder público grandes investimentos em abertura e ruas e avenidas, compras de áreas para a construção de escolas, creches, unidades de saúde, de praças, entre outros investimentos inerentes ao poder público.

O uso e ocupação irregular do solo, no médio prazo se transforma em um grande ‘cancro’ para uma cidade.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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