Tropa fantasma
O ex-deputado estadual e atual vereador da Serra, Wanildo Sarnáglia (Avante), foi condenado pela Justiça por desvio de dinheiro público ao nomear funcionários fantasmas entre os anos de 2007 e 2012. Os pagamentos, realizados mensalmente, representaram um rombo de R$ 337.587,90 para a Assembleia Legislativa. Quem moveu a ação foi o Ministério Público (MPES). O ex-deputado foi condenado pela nomeação dos cinco servidores que, por sua vez, também foram condenados por receber remuneração de forma continuada e sem o efetivo exercício da função.
Wanildo rebate
Wanildo foi condenado a seis anos e oito meses de reclusão, em regime semiaberto. Em sua defesa, o vereador disse que não tem nada certo ainda e classificou a decisão como “monocrática. Ele afirma que irá recorrer: “Nunca tive funcionários fantasmas. Sempre tive funcionários que trabalhavam externamente, como todo deputado tem o direito de ter. Eu, na época, tinha direito de nomear oito cargos, mas nomeei apenas quatro, que me representavam em diversas bases na Serra e em outros locais”, afirma o vereador. Ele disse, ainda, que a denúncia foi feita por uma filha de um ex-funcionário de gabinete dele. “Que, inclusive, foi presa por tráfico de drogas”, frisa.
A Câmara é dos suplentes
Em um hipotético afastamento de Wanildo, quem entra é o segundo suplente, Boy do INSS, que é organicamente ligado ao deputado federal Sério Vidigal (PDT). Esse cenário é visto com certa preocupação por governistas, já que pode renovar o fôlego dos oposicionistas para se movimentar contra o prefeito Audifax Barcelos (Rede), ainda mais em se tratando de um ano eleitoral.
Cara de pau
Falando em vereadores, na sessão de quarta-feira (12) a Câmara derrubou o projeto de autoria do prefeito Audifax que alterava algumas regras do PDM. Na mesma noite, após a sessão, os vereadores Wellington Alemão (DEM) e Raposão (PSDB), que votaram pela derrubada da matéria, encaminharam-se para a inauguração de uma creche em Central Carapina, na qual o prefeito Audifax era a ‘estrela da noite’. De acordo com pessoas que presenciaram a cena, o clima esquentou entre Audifax e os vereadores, com direito a um breve bate-boca.
Ajeitando a vida
A janela de transferência partidária está aberta e alguns vereadores já fizeram mudanças de siglas. Mas a maioria segue enrolada. O vereador Basílio da Saúde, que estava sem partido, foi confirmado no PSC, do colega vereador Pastor Aílton. Há conversas adiantadas também entre Robinho Gari (ex-PV) e o Patriota, que na Serra está sob o controle de aliados de Audifax. Aliás, Gari é um dos poucos vereadores que o prefeito deve ‘salvar’; assim como Vidigal, que sempre buscou mandatários para lhe dar sustentação, mas dessa vez parece esnobar os atuais vereadores.
Varrendo comissionados
Recentemente, houve uma varredura das nomeações de comissionados que acarretou várias exonerações. Algumas estimativas dizem que chegaram à casa das 100 exonerações. Alguns espaços indicados por políticos foram rifados – como, por exemplo, do deputado Alexandre Xambinho e do falecido vereador Cabo Porto -, o que, na prática, é o prefeito se mexendo para ajustar a realocação de aliados.