Referência para os casos graves e potencialmente graves do novo Coronavírus (Covid-19), o Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, em Morada de Laranjeiras, na Serra, recebeu, desde o início da pandemia, muitas histórias. E uma, iniciada no dia 20 de novembro, chamou atenção dos profissionais e de toda equipe responsável pelo cuidado dos pacientes. É a história do casal Francisca Janaína Fernandes e José Justino Alencar, que marcados pela doença, tiveram o tão esperado final feliz.
“Meu milagre aconteceu. Eu pensei no pior, mas, pela graça de Deus e dessa equipe que não mediu esforços, estou levando meu esposo para casa”, contou Francisca Janaína Fernandes
Há três anos casados, pela primeira vez, a família do José Justino e da Francisca Janaína precisou se distanciar. Separados pela Covid-19, o casal viveu a doença e a internação no mesmo período.
Segundo a esposa, José Justino começou a sentir dores no corpo, febre alta, tosse, cansaço e chegou ao ponto de ter muita dificuldade em respirar. Ao procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), logo foi transferido para o Hospital Dr. Jayme, no dia 20 de novembro.
“Eu também estava com os mesmos sintomas, mas não tinha com quem deixar os nossos filhos. Pela primeira vez me vi sem chão, sem saber o que fazer, porque meu esposo é um homem forte, nunca tinha visto ele reclamar de doença”, lembrou a mulher.
Dois dias depois da internação do esposo, Janaína também é internada no Hospital Dr. Jayme. A mulher precisou ser atendida em casa pelo SAMU, que a levou direto para a unidade, devido ao seu estado de saúde.
No Hospital, o casal foi novamente unido. Ao se deparar com a situação, as equipes se mobilizaram para que os dois permanecessem juntos, e foram internados no mesmo quarto na Unidade de Tratamento Intensivo. “Até na doença a gente também estava junto”, completou o esposo José Justino de Alencar, de 36 anos.
A Equipe Multidisciplinar da unidade tratou de potencializar os afetos e vínculos entre o casal e os filhos pequenos que estavam em casa. “A intervenção da Psicologia permitiu a esse casal a elaboração do significado da vida, do relacionamento, das relações que criamos e, principalmente, a esperança de dias melhores”, explicou a psicóloga Samara Moraes Onezorje, que acompanhou o casal.
O tratamento da doença aconteceu da melhor forma, os pacientes responderam bem à terapêutica proposta e receberam alta, com dias de diferença. Ela no dia 27 de novembro, e ele no dia 30 do mesmo mês. “Apesar da distância, vivemos um momento de gratidão e de ressignificar os nossos sonhos. Queremos apenas saúde para continuar construindo nossa família”, frisou Francisca Janaína.