Diferente do que ocorre na maioria dos estados brasileiros, dos quais a capital é a cidade mais populosa; no ES essa regra não se aplica. Aqui, Vitória ocupa apenas a 4ª posição do ranking entre os 78 municípios capixabas. A líder é a Serra, com seus 540 mil habitantes, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Esse contingente populacional coloca a cidade na 42ª posição na lista dos 5.570 municípios brasileiros. Além da população, a importância da Serra para o ES e para o Brasil é também econômica.
A cada 10 indústrias instaladas em solo capixaba, três delas estão na Serra. São 14 polos industriais que somam empresas de vários setores e segmentos. Em 2018, o Produto Interno Bruto (PIB) da Serra alcançou os R$ 23 bilhões. Mas nem sempre foi assim. Apesar de ter 464 anos de existência, a Serra enquanto fenômeno urbano é bem jovem. O fervilhar do desenvolvimento econômico desembarcou por aqui nos idos dos anos 80 com a chegada da CST – atual ArcelorMittal.
A Serra era vista como um puxadinho de Vitória. Tanto é que o Civit, região que abriga empresas de grande porte e localizado no coração da Serra, é na verdade a sigla para Centro Industrial de Vitória. Entretanto, isso é passado; a cidade tomou luz própria e hoje é reconhecida como a locomotiva econômica do ES. E essa realidade deve ser potencializada ainda mais.
Com investimentos robustos em infraestrutura, a cidade deve mudar radicalmente, inaugurando novos eixos de investimentos privados e impulsionando novos negócios e gerando mais empregos. Se for considerar investimentos apenas do Governo do Estado, no últimos três anos foi um montante que soma R$ 488.735.088,00.
Esse número é fruto de dados demandados pela reportagem do Jornal Tempo Novo e compilados/enviados pela Secretaria de Comunicação do Governo do Estado. Além de investimentos em infraestrutura viária, estão contemplados repasses para áreas-chave, como Educação, Saúde e Esporte, sem considerar os repasses de caráter obrigatórios. Ao fim deste artigo, publicamos uma lista em PDF com o detalhamento de todos eles. Destes quase meio bilhão de reais autorizados pelo Governador Renato Casagrande, R$ 383 milhões estão em andamento e contemplam entre outras, obras que prometem mudar a dinâmica urbana da Serra.
O Trevo de Carapina e a Rodovia das Paneleiras, no valor de R$ 76.538.000,00 promete acabar com o trânsito no atual trecho da BR-101 em Carapina. A Previsão é que a Reta do Aeroporto (que foi estadualizada e rebatizada como Rodovia das Paneleiras) tenha a pista triplicada; já a transição da BR-101 para a Avenida Norte-Sul através da Av. João Palácios ganhará um viaduto, eliminado semáforos e desobstruindo o trânsito.
Além disso, serão implantados novos acessos viários aos bairros Jardim Carapina e Eurico Salles, a região também receberá obras de urbanização, praça, ciclovias, semáforos inteligentes, entre outras melhorias.
Com a obra, espera-se que diminua radicalmente o tempo gasto no translado entre Vitória e Serra, possibilitando o maior intercâmbio entre as cidades, como por exemplo, morar na Serra e trabalhar em Vitória. A expectativa é que a obra traga consigo novos projetos imobiliários de alto padrão, destinados aos moradores da capital que queiram morar na Serra.
Essa obra do Governo do Estado se somará ao Contorno do Mestre Álvaro, que está sendo feito com recursos da bancada federal capixaba e executados pelo Governo Federal. Na prática, o Contorno vai ligar na altura da Polícia Rodoviária Federal em Chapada Grande ao trevo próximo ao condomínio Alphaville.
A via terá quase 19 quilômetros de pistas duplas. A expectativa é que cerca de 15 mil veículos deixem de circular pela BR-101 todos os dias após a conclusão das obras. Além de desafogar o trânsito, a obra vai dar outra cara para a região de Carapina, já que após ser concluída, o Contorno passará a ser a nova BR-101 de responsabilidade da Eco-101; e o atual trecho da 101 de Carapina a Serra Sede será municipalizado, com isso, a Prefeitura terá mais gerência na aprovação de projetos e vai cair brutalmente a burocracia para se investir no local. Cerca de 40% da obra está concluída e a expectativa é terminar os trabalhos em 2022.
Somados, o Contorno do Mestre Álvaro e o Trevo de Carapina + Rodovia das Paneleiras, vão trazer para toda a região da Grande Carapina um novo dinamismo imobiliário e de atração de negócios que pode transformar o local e trazer mais qualidade de vida. Espera-se que o próximo PDM (Plano Diretor Municipal), que está em processo de elaboração, já traga mais permissividade e facilidade para implantação de novos negócios na região.
Se no sul e na porção central do município a perspectiva é boa; no norte litorâneo não deixa nada a desejar. Duas obras absolutamente fundamentais para o rearranjo da região estão caminhando bem: 1 – Contorno de Jacaraípe, com a construção de 8,5 quilômetros de via desde a Avenida Minas Gerais, em Jacaraípe, até a região de Nova Almeida, com investimento de R$ 89.849.168,90. Essa obra vai retirar de dentro de Jacaraípe todo o trânsito de caminhões pesados, que passarão a trafegar por fora da orla, deixando um ambiente propício ao avanço turístico e de lazer.
O Contorno de Jacaraípe pode ser um ingrediente a mais para pressionar a multinacional de celulosa, a Suzano, a vender parte de suas áreas que atualmente servem apenas como estoque de plantação de eucalipto. O que pode fomentar o oeste de Jacaraípe rumo a novas plantas imobiliárias, como loteamentos e condomínios; ou mesmo servir como novas áreas de expansão industrial.
2 – Reabilitação e reforma da Avenida Abido Saadi com valor de R$ 37.980.685,38. Na prática a Abido Saadi será reconstruída e urbanizada, permitindo que a via seja destinada as atividades turísticas, dando mais qualidade de vida, segurança e conforto para moradores e visitantes. Essas duas obras podem devolver o protagonismo turístico de Jacaraípe que foi parcialmente perdido nas últimas décadas. A perspectiva é que volte a atrair visitantes de fora do ES, que queriam aproveitar das belezas naturais de um dos balneários mais charmosos do estado.
No campo dos investimentos municipais, pelo menos duas intervenções são tidas como fundamentais para otimizar a mobilidade urbana e alavancar a Serra, são elas: Mergulhão na Rotatória do Ó (já em execução) e Binário da Norte Sul (ainda em fase de projeto).
Orçada em R$ 44 milhões, a obra da Rotatório do Ó vai eliminar o maior gargalo de mobilidade urbana intra-municipal. O local funciona como uma interseção entre a região litorânea da Serra e a parte continental, já que faz a ligação da BR-101 através da Av. Eldes Scherrer Souza com a Talma Ribeiro Rodrigues e a Paulo Pereira Gomes, que por sua vez ligam a ES-010. São cerca de 100 mil veículos por dia que transitam pelo local e vai abrir um corredor viário que bifurcará para a área industrial do Civit II e para Morada de Laranjeiras/Portal de Manguinhos, que tem potencial de ser o próximo eixo de expansão urbana da região da Grande Laranjeiras.
Por fim, mas não menos importante, a obra do Binário da Norte-Sul que custará aproximadamente R$ 30 milhões, do qual será feita da entrada da Arcelor Mittal Tubarão, em Carapina até o cruzamento da rodovia ES-010, em Jardim Limoeiro. Esse trecho se tornará de mão única em três faixas no sentido Vitória x Serra. O projeto prevê ainda que os motoristas que seguirem no sentido oposto terão que passar pela Avenida Lourival Nunes (paralela a Norte Sul), que também passará a ter três faixas. São cerca de 1,7 quilômetro vai receber a alteração.
A violência sempre fez parte da fama da Serra, que veio como subproduto de uma era de crescimento exponencial muitas vezes sem o controle dos poderes públicos. Mas mesmo esse problema histórico tem sido dirimido nos últimos anos.
Por mais que parte expressiva da população ainda não consiga reconhecer esse momento – já que o sentimento de insegurança ainda é presente – mas quando se trata de números perenes e objetivos, nunca registramos dados de homicídios nesses patamares.
Em 2020, a cidade registrou o menor índice de assassinatos da série histórica. E mesmo assim, até o 2º semestre desse ano, já são 35% a menos do ano passado. Na contramão da Serra, está a capital, Vitória, que registra aumento de mortes, foram 9% a mais no 1º semestre de 2021 em comparação com mesmo período de 2020.
Além das ações do Governo do Estado que controla as Polícias Civil e Militar, medidas realizadas pela administração municipal podem ter contribuído para esta queda, como por exemplo a nomeação de mais 57 agentes da Guarda Civil Municipal, a partir de janeiro. Com isso, o efetivo da GCM passou de 97 profissionais em dezembro de 2020 para 154 em abril de 2021, o que significa crescimento de 58,8%.
Em tempos de pandemia, saúde é a palavra de ordem. E a Serra é o maior polo hospitalar a céu aberto. Aqui, está o Jayme Santos Neves, o maior hospital público do estado e referência regional no tratamento de Covid-19. O Jayme chegou a tratar até moradores de Santa Catarina e Amazonas, quando a sistema de saúde entrou em colapso nesses estados.
Mas o hospital pioneiro é o Dório Silva, que foi remodelado e expandido, e segue tratando a os capixabas. De responsabilidade da Prefeitura da Serra, o município conta com com 3 UPA’s (única cidade do Brasil com 500 mil habitantes) + 37 Unidades de Saúde e 6 regionais. Daqui a alguns meses, o morador da Serra também terá o Hospital Materno Infantil, que é o maior dessa área no ES e será administrado pelo poder municipal. Atualmente, o local passa por uma transição gerencial, uma vez que foi utilizado como um centro provisório para tratamento de pacientes com Covid-19. Já a atual Maternidade de Carapina deve se transformar em um Centro de Especialidades Médicas.
Na saúde privada, a Serra ganhou o Meridional, que comprou o Hospital Metropolitano e expandiu sua atuação na cidade. Ao lado, há a torre que é totalmente focada em saúde, com clínicas e consultórios especializados. No extremo sul da Serra temos o Hospital Vitória Apart, que recentemente foi adquirido por um fundo de investimento bilionário. Além deles, há rumores sólidos de que um hospital da Unimed está em fase de projeto na Serra. Além desses hospitais de grande porte, existem também os Pronto Atendimentos dos planos da saúde, como o da Samp e da São Bernardo, ambos em Laranjeiras.
De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), divulgados pela Secretária do Trabalho, que é vinculada ao Ministério da Economia, a Serra tem 132.863 moradores em empregos formais, ou seja, aqueles que possuem contrato de trabalho e registro na Carteira Profissional.
O número de vagas abertas é uma relação entre as demissões e as admissões, de janeiro até julho, foram geradas 6.680 novas vagas de trabalho no município.
Só para se ter uma ideia do volume de empregos que significa, Serra está bem na frente em relação as demais cidades da Grande Vitória, como Vila Velha (2.458), Vitória (4.730) e Cariacica (1.484).
Em todo o Espírito Santo, foram abertas 33.877 vagas de emprego se somados as 78 cidades de janeiro a julho, e desse número, o quantitativo somente referente à Serra representou 20%.
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