Na semana em que se discute, a partir de audiência pública, se a Área de Proteção Ambiental – APA – Mestre Álvaro deve ser municipalizada ou não, trazemos aqui alguns dados financeiros sobre unidades de conservação no Brasil.
Informações registradas no site do Senado Federal deram conta de uma arrecadação de R$ 14,3 milhões em 2004 advindos de cobranças de ingressos em Parques Naturais em todo o país – esses valores seriam bem mais expressivos se fossem contabilizados o faturamento da venda de souvenires e a geração de emprego e renda do ecoturismo. Cabe ressaltar, também, que esse foi um resultado bastante tímido, se comparado com o grande potencial natural que há no Brasil.
Na Grande Vitória temos algumas unidades de conservação, entre elas Jacarenema, em Vila Velha; Paulo César Vinha, em Guarapari; Duas Bocas, em Cariacica; Maciço Central, em Vitória; e o Mestre Álvaro, na Serra. Ressalta-se que em nenhuma dessas áreas de proteção ambiental se observa uma estrutura de gestão capaz de contribuir com os números de arrecadação. E potencial há para se explorar: a montanha mais proeminente da Serra, juntamente com o Morro do Moreno e o Moxuara, formam o conjunto de montanhas mais visitados da região metropolitana.
Mais do que a discussão acerca do processo de municipalização, parece ser prioritário um debate sobre o potencial não aproveitado dos recursos naturais que temos. O envolvimento da população e de setores produtivos é fundamental nesse processo. Temos público e recursos naturais para promover o desenvolvimento sustentável, mas é necessário elaborar e/ou operacionalizar um plano de manejo que alie conservação da natureza e geração de emprego e renda.