Ayanne Karoline
A falta d’água e a necessidade de economizar dinheiro num momento de grave crise econômica, tem levado muitos moradores de condomínio a exigir instalação de medidores individuais de consumo do líquido. A tendência, que já chegou a Serra, virou até lei federal sancionada em julho, e pode ajudar a reduzir conflitos entre condôminos e o consumo de água nas residências.
De acordo com o presidente do Sindicato Patronal de Condomínios (Sipces), Cyro Bach Monteiro, a medida pode trazer economia de até 40% na conta do morador. “Quando as contas vêm separadas, o cliente consegue visualizar melhor o quanto está consumindo e passa a ser mais cuidadoso”, explicou.
A atual crise hídrica está entre os fatores que tem impulsionado os condomínios a trocarem a forma de medir a água, segundo Monteiro. Ele explica que a troca custa em média de R$ 3 mil por apartamento, o que varia de acordo com o prédio, e tem sido discutida com frequência por causa da seca.
Porém, uma das contradições encontradas pelos administradores é a taxa fixa cobrada pela concessionária de água. Monteiro explica que existe um valor mínimo a ser pago referente à 10m³ de água por mês, mesmo se o consumo for abaixo desta quantidade. “Se gastamos 11, pagamos por 11. Se gastamos 9, pagamos por 10. Isso não estimula o consumo consciente, já que os moradores vão querer gastar tudo o que tem direito pelo valor pago”, critica.
Segundo Monteiro, a situação fica pior com os rodízios de fornecimento, já que a cobrança não muda mesmo com o fornecimento abaixo do contratado.
Atualmente, apenas 20% dos condomínios do Espírito Santo possuem medidores separados. Só administrados pela M&M Gestão Condominial, são dois prédios na Serra nesta condição. Segundo a gerente administrativa da empresa, Juliana Lopes, a principal reclamação de quem rateia água é a variante de consumo. “Um casal que passa o dia todo fora de casa, paga o mesmo que uma família com três filhos que consome água o dia todo”, exemplifica.
Juliana, que é moradora da Serra e tem hidrômetro individual em seu condomínio, conta que um casal de amigos passou pela mudança no prédio vizinho e teve uma grata surpresa. “A conta deles caiu de R$ 120 para pouco mais de R$ 40”, conta.