Após o presidente da República, Jair Bolsonaro, ironizar a tortura sofrida pela ex-presidente da República Dilma Rousseff no período em que ela foi presa, em 1970, durante a Ditadura Militar, o senador capixaba, Fabiano Contarato, saiu em defesa e prestou solidariedade à petista. O ataque de Bolsonaro foi feito na última segunda-feira (28), quando ele chegou a cobrar que lhe mostrassem um raio X da adversária política para provar uma fratura na mandíbula.
“Dizem que a Dilma foi torturada e fraturaram a mandíbula dela. Traz o raio X para a gente ver o calo ósseo. Olha que eu não sou médico, mas até hoje estou aguardando o raio X”, afirmou o presidente.
A afirmação gerou críticas de diversas autoridades políticas. Fabiano Contarato utilizou suas redes sociais para defender a ex-presidente. “Nossa solidariedade à ex-presidente Dilma Rousseff e a todas as vítimas de tortura, diante dos ataques de um presidente que defende a ditadura e exalta torturadores”, disse o parlamentar.
Por fim, Contarato deixou uma mensagem aberta para todos, onde disse que “o Brasil vai superar esse negacionismo repulsivo”. Vale lembrar que o senador sempre foi crítico do Governo Bolsonaro, ao qual cobra ações mais eficazes em diversas áreas. Ele também já acusou o presidente de homofobia por falas polêmicas.
O TEMPO NOVO verificou que os demais senadores capixabas, Rose de Freitas (Podemos) e Marcos do Val (Podemos) não se manifestaram.
A ex-presidente Dilma Rousseff rebateu as provocações feitas por Jair Bolsonaro e classificou o presidente da República como “fascista”, “sociopata” e “cúmplice da tortura e da morte”.
“A cada manifestação pública como esta, Bolsonaro se revela exatamente como é: um indivíduo que não sente qualquer empatia por seres humanos, a não ser aqueles que utiliza para seus propósitos. Bolsonaro não respeita a vida, é defensor da tortura e dos torturadores, é insensível diante da morte e da doença, como tem demonstrado em face dos quase 200 mil mortos causados pela covid-19 que, aliás, se recusa a combater. A visão de mundo fascista está evidente na celebração da violência, na defesa da ditadura militar e da destruição dos que a ela se opuseram”, relatou Dilma em nota. “É triste, mas o ocupante do Palácio do Planalto se comporta como um fascista. E, no poder, tem agido exatamente como um fascista”.
Para Dilma, Bolsonaro mostra, “com a torpeza do deboche e as gargalhadas de escárnio, a índole própria de um torturador” e “ao desrespeitar quem foi torturado quando estava sob a custódia do Estado, escolhe ser cúmplice da tortura e da morte.”
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