O posicionamento considerado ‘omisso’ do Procurador-Geral da República, Augusto Aras, sobre a conduta de Jair Bolsonaro na crise sanitária provocada pelo coronavírus e fracassos na vacinação contra a doença tem gerado críticas entre autoridades nacionais. Uma delas é o senador capixaba, Fabiano Contarato (Rede), que induziu que o chefe do Ministério Público Federal (MPF) esteja protegendo o presidente e atuando como ‘dublê de engavetador’.
Em suas redes sociais, Contarato ainda afirmou que Augusto Aras está manchando a reputação do MPF. “É pavorosa e desesperadora a omissão do Procurador-Geral da República diante do caos do desgoverno na pandemia. Augusto Aras atua como dublê de engavetador que protege o presidente da República de investigações necessárias de crimes de responsabilidade, atua como advogado de Bolsonaro e mancha duramente a reputação do Ministério Público Federal”, disse.
Ainda segundo o parlamentar, o Procurador-Geral da República não agiu para garantir que os brasileiros tenham direito a vacina. “O Ministério Público Federal é uma instituição que constitucionalmente existe para defender a população inclusive contra os maus gestores públicos. Aras não agiu para garantir a vacinação como direito constitucional à Saúde, preferiu silenciar enquanto o governo afundou o país na falta de vacina”, enumerou.
Nas últimas semanas, com a crise de desabastecimento de oxigênio e medicamentos no Amazonas, Augusto Aras foi instado e cobrado para investigar o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, sobre supostas responsabilidades no caos que vive o estado, principalmente a cidade de Manaus.
Em resposta, a Procuradoria-Geral da República divulgou uma nota onde afirma que compete ao congresso nacional a responsabilização de integrantes da cúpula dos Três Poderes por eventuais ilícitos no combate à Covid-19. O texto gerou repercussão negativa entre os poderes e foi duramente criticada por autoridades políticas.
As declarações também ganharam repercussão entre os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que classificam, que às vezes, Aras deixa a imparcialidade de lado e age alinhado ao chefe do Executivo nacional para tentar pavimentar um caminho a possível indicação ao Supremo.